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França abre mão de Réveillon e começará 2021 sob toque de recolher devido à pandemia

Em lockdown desde 30 de outubro, os franceses aguardavam a flexibilização das medidas a partir de 15 de dezembro. No entanto, o primeiro-ministro, Jean Castex, anunciou que o país passará o Réveillon sob toque de recolher. O governo também prolongou até 7 de janeiro o fechamento de teatros, museus, cinemas e outros locais de espetáculos, como circos. A decisão foi tomada devido à estagnação da epidemia em um patamar de contaminação considerado elevado.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex. REUTERS - CHARLES PLATIAU
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Os franceses poderão festejar o Natal em família no dia 24 de dezembro sem se preocupar com horários de toque de recolher, mas deverão estar em casa a partir das 20h na noite de 31 de dezembro, salvo por motivos excepcionais.

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10), Jean Castex declarou que a curva da segunda onda da epidemia de Covid-19 foi achatada com o segundo lockdown, mas as contaminações se mantêm em um nível elevado.

"O número de doentes parou de cair há uma semana", explicou o ministro da Saúde, Olivier Verán. A França voltou a registrar 14.000 casos positivos da Covid-19 nas últimas 24 horas, um número ligeiramente superior ao do início da semana. Por esta razão, o governo decidiu adotar um endurecimento das regras de circulação nas próximas três semanas.

O presidente Emmanuel Macron havia cogitado uma suspensão do lockdown, com a reabertura de teatros, museus e cinemas a partir de 15 de dezembro, se o número de casos diários da Covid-19 recuasse a um patamar inferior a 5 mil contaminações. A realidade está longe dessa conta.

A partir de 15 de dezembro, será instaurado um toque de recolher de 20h às 6h. Os franceses continuarão obrigados a preencher atestados para sair de casa durante o período noturno. A polícia continuará a aplicar multa de 135 euros aos infratores. A próxima data para revisão dessas medidas foi fixada em 7 de janeiro.

A decepção no setor cultural é imensa e desgasta o governo. "Sei quanto o setor cultural se preparou, que os artistas ensaiaram, que todos os setores se mobilizaram, que tudo estava pronto para as cortinas se abrirem e as telas se iluminarem ”, disse o primeiro-ministro. "Tomar esta decisão com a ministra da Cultura e o presidente da República foi particularmente doloroso para nós, acreditem”, afirmou Castex.

Fator climático

Segundo o ministro da Saúde francês, o número de casos positivos parou de diminuir nos últimos dias em parte por um provável relaxamento da população, pela reabertura do comércio – em 28 de novembro –, mas também por um fator climático. O frio e a umidade típicos do outono e do inverno no hemisfério norte, contra o qual as autoridades "não podem fazer nada", disse Verán, favorece a circulação do vírus.

Ele evocou dados alarmantes para explicar aos franceses a complexidade do quadro sanitário: a cada minuto, um novo caso de Covid-19 é diagnosticado na França. "Nas últimas 24 horas, a cada sete minutos, um doente precisou ser hospitalizado na UTI e intubado com dificuldades respiratórias". Ao lado dele, o primeiro-ministro Castex insistiu que "se nada for feito para evitar novos contágios, em 15 de dezembro haverá mais pessoas internadas do que havia em 11 de maio, quando acabou o primeiro lockdown".

O número de pessoas em igrejas, mesquitas e sinagogas também permanecerá limitado. "A situação sanitária pode ser pior em janeiro se não tomarmos essas medidas", advertiu Castex. Desde 3 de dezembro, apenas 30 pessoas podem se reunir em locais fechados para cerimônias religiosas, mantendo dois assentos desocupados entre elas ou uma família inteira na mesma fileira, deixando a da frente e a de trás vagas.

Atualmente, os franceses só podem circular em um raio de 20 km de distância do domicílio. A partir da próxima terça-feira, as viagens de uma região para outra, dentro do país, serão liberadas.

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