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Promotoria de Paris arquiva queixa contra ministro do Interior francês, também acusado de estupro

A promotoria de Paris anunciou nesta quarta-feira (2) que não dará seguimento a uma investigação sobre o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, acusado de ter usado o cargo de prefeito, em 2015, para obter relações sexuais. O político continua respondendo a outro processo por estupro.

O ministros Gérald Darmanin é alvo de outra investigação judicial por acusações de estupro, assédio sexual e quebra de confiança.
O ministros Gérald Darmanin é alvo de outra investigação judicial por acusações de estupro, assédio sexual e quebra de confiança. AFP/File
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O caso arquivado data do período em que Darmanin era prefeito de Tourcoing, município localizado no norte da França. Uma moradora alegou que teria sido encorajada a fazer sexo com Gérald Darmanin em troca de moradia e um emprego.

A queixa, contudo, havia sido arquivada em maio de 2018 pela promotoria. Em julho, no entanto, a associação feminista “Pourvoir Feministe” pediu à Justiça que reexaminasse o caso, considerado pela entidade como "tráfico de influência".

Porém, para a procuradoria de Paris, o pedido da associação era baseado nos mesmos elementos já examinados no inquérito preliminar de 2018, não acrescentando novos elementos suscetíveis a colocar em causa a decisão inicial.

“De fato, o procurador de Paris disse-nos que foi confirmada a classificação sem seguimento, não tendo sido cometida nenhuma infração”, comemoraram os advogados do ministro do Interior, Mathias Chichportich e Pierre-Olivier. “É o que sempre dissemos e esperamos que agora, finalmente, acabe o assédio contra o nosso cliente”, acrescentaram.

Outra acusação

Um dos ministros de maior peso no governo de Emmanuel Macron, Gérald Darmanin é alvo de outra investigação judicial por acusações de estupro, assédio sexual e quebra de confiança, por atos supostamente cometidos em 2009. Na época, Darmanin trabalhava para o serviço jurídico do então partido de direita UMP (hoje Os Republicanos).

Sophie Patterson-Spatz afirma que o atual ministro teria oferecido sua ajuda em um dossiê judiciário em troca de favores sexuais. Darmanin reconhece ter mantido relações sexuais com a mulher, mas afirma que ela foi consentida.

A queixa foi indeferida pela promotoria, em 2018. O processo, contudo, foi relançado no início de junho pelo Tribunal de Apelação de Paris, que atendeu ao pedido da acusação para reiniciar as investigações.

A nomeação do ministro acusado de estupro irritou as feministas francesas. “Seja acusado de estupro, e você vai se tornar ministro do Interior na França”, afirmou, à época, o comunicado do Coletivo Nacional pelos Direitos das Mulheres. A organização não poupa críticas a Gérald Darmanin, já que, tecnicamente, ele está na chefia do setor responsável pelas investigações do processo.

 

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