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Um pulo em Paris

Hospitais franceses dizem estar preparados para enfrentar segunda onda da Covid-19

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O aumento constante de casos positivos para o coronavírus na França preocupa o governo. Os números no país estão em forte aceleração: foram registrados 4.586 novos casos da Covid-19 nesta sexta-feira (21), contra 4.771 na véspera. Na última semana, as hospitalizações aumentaram 28% e os casos graves, que requerem cuidados intensivos, também estão em alta em relação às estatísticas semanais de junho e julho.

Mãe observa realização do teste PCR em seu filho, na cidade de Laval, no oeste da França.
Mãe observa realização do teste PCR em seu filho, na cidade de Laval, no oeste da França. AFP - JEAN-FRANCOIS MONIER
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O ministro da Saúde, Olivier Verán, enfatizou nesta sexta-feira (21) que os números da epidemia são ruins. Véran afirma que depois que muitas cidades adotaram o uso obrigatório da máscara, as pessoas têm se sentido protegidas pelo acessório e voltaram a distribuir apertos de mão, a relaxar no uso do álcool gel e, principalmente, esqueceram o distanciamento físico.

O ministro disse ainda que o fato de o contágio estar concentrado em pessoas na faixa etária de 25 a 45 anos não significa que a situação seja menos preocupante. Apesar de a doença ser mais perigosa para pessoas acima de 65 anos, principalmente as que sofrem de comorbidades, formas graves da doença também atingem os jovens.

Os hospitais franceses se organizaram desde o fim do confinamento, em maio, para evitar que se repita a situação de quase colapso, vista em março e abril. As equipes do sistema público de saúde acreditam estar bem preparadas para enfrentar um recrudescimento da epidemia, porque dizem conhecer melhor o vírus e adotaram mudanças de protocolo no atendimento dos doentes.

Mudanças no cuidado

No início da epidemia, a intubação para respiração com a ajuda de aparelhos era uma decisão quase automática no caso dos pacientes com a forma grave da Covid-19, porque os médicos tinham medo que a ventilação com máscara de oxigênio, não invasiva, facilitasse a transmissão do vírus no ambiente hospitalar. Com a experiência, eles perceberam que o fato do paciente intubado não poder tossir agravava seu estado de saúde. A intubação também aumenta a ocorrência de infecções hospitalares por outros germes, sem falar nas sequelas provocadas pela sedação prolongada.

Atualmente, as internações na UTI avançam num ritmo mais lento e são reservadas a casos graves. Os médicos também aprenderam a evitar a síndrome de dificuldade respiratória aguda, principal complicação da Covid, em pacientes com tendência à trombose, por exemplo, que recebem um anticoagulante desde o aparecimento dos primeiros sintomas.

A experiência também fez os hospitais formarem estoques de drogas para sedação e toneladas de máscaras, luvas e roupas de proteção para o pessoal da saúde.

Governo descarta nova quarentena e volta às aulas preocupa

Apesar do aumento de casos, o ano letivo vai começar em 1° de setembro, confirmou o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer. O uso de máscaras será obrigatório para crianças e adolescentes matriculados nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, a partir de 10 ou 11 anos de idade. 

O distanciamento físico também será adotado como regra. Nos últimos dias, vários sindicatos de professores pediram o adiamento da volta às aulas, mas o ministro disse que o protocolo feito em julho permite "garantir a segurança de professores e alunos". Algumas "exceções pontuais" podem ser aplicadas.

Nesta semana, sete sociedades francesas de pediatria defenderam o aumento da vacinação contra os vírus influenza e da gastroenterite, e a aplicação de testes menos invasivos e mais rápidos do que o PCR, como testes de saliva nas crianças.

O objetivo dessa vacinação, que não é obrigatória atualmente nem coberta pela saúde pública francesa, é agilizar o diagnósticos em caso de coronavírus. A ideia é, caso as crianças tenham sintomas de febre e diarreia, sabendo que elas foram vacinadas contra as infecções mais comuns no período de outono e inverno, os pediatras poderiam propor imediatamente o diagnóstico do coronavírus.

As crianças com idade inferior a 10 anos são menos frequentemente contaminadas por este vírus e menos contaminantes do que os adultos. Mas não é possível dizer que elas não transmitem o vírus, destacam os pediatras.

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