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Sob pressão popular, Macron decide dar máscaras para os mais pobres

O presidente francês Emmanuel Macron confirmou na noite de terça-feira (21) que o governo pretende distribuir máscaras de proteção para as famílias mais pobres. No entanto, o chefe de Estado descartou a hipótese de tornar o acessório gratuito para todos, alegando que essa não é a função do dinheiro dos contribuintes.

Uso de máscaras passou a ser obrigatório em todos os locais fechados na França.
Uso de máscaras passou a ser obrigatório em todos os locais fechados na França. © AP - Bob Edme
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Desde 20 de julho, os franceses não têm mais escolha: o uso das máscaras de proteção passou a ser imposto em todos os lugares fechados e quem não respeitar a regra pode levar uma multa de € 135 (quase R$ 800). Diante da imposição, os mais precários reclamam, alegando que um objeto obrigatório não deveria ser vendido, e sim colocado à disposição gratuitamente. A questão também foi levantada por representantes de partidos políticos, como os Socialistas ou o França Insubmissa, ambos de esquerda.

Pressionado, o governo teve que agir. O ministro da Saúde, Olivier Véran, anunciou que 5 milhões de máscaras gratuitas serão distribuídas por semana para os mais pobres. “Faremos envios pelo correio para garantir que as pessoas beneficiem das máscaras de proteção sem gastar nenhum centavo”, garantiu esta semana o ministro diante dos deputados.

Além disso, 2 milhões de franceses considerados precários poderão pedir junto ao serviço de Seguridade Social um reembolso do valor gasto na compra de máscaras. O benefício será concedido àqueles que já estão inscritos nos programas de solidariedade do país.

Já o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, concordou que a compra do acessório “pode representar um custo importante para as famílias”. Por essa razão, o governo confirmou que preço das máscaras no país permanecerá tabelado até janeiro de 2021.

Máscaras para todos?

Mas muitos membros da oposição insistem que as máscaras deveriam ser gratuitas para todos. Uma ideia descartada pelo presidente Emmanuel Macron.

“O Estado e o contribuinte francês não devem pagar máscaras para todos o tempo inteiro”, declarou o chefe de Estado. Segundo ele, os que não possuem meios financeiros para comprar o acessório de proteção serão “ajudados”. “Eu acredito que isso deva ser uma política social”, disse Macron.

A questão do acesso às máscaras de proteção é levantada frequentemente na França desde o início da pandemia de Covid-19. Além de ter sido fonte de polêmicas no começo do surto, quando o governo constatou que o país não possuía estoque suficiente do acessório e teve que importar às pressas, o preço de venda, considerado alto, é alvo de críticas.

Tabeladas, as máscaras cirúrgicas, descartáveis, são vendidas nas farmácias francesas por, em média, € 0,95 (R$ 5,6), enquanto na Itália elas custam € 0,5 na Itália, na Alemanha, € 0,7, e no Reino Unido, € 0,78. Entre os vizinhos europeus, apenas a Espanha comercializa o produto mais caro que a França (€ 0,96).

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