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Discurso de Macron não agrada policiais, que fazem novo protesto em Paris

Centenas de policiais franceses voltaram a protestar em Paris na noite deste domingo (14), poucas horas após o pronunciamento do presidente Emmanuel Macron. Eles não aceitam os anúncios do governo para conter a violência policial denunciada por manifestações que ganharam força após a morte de George Floyd, nos Estados Unidos.

Polícia francesa realizou novos protestos na noite desse domingo, 14 de junho de 2020.
Polícia francesa realizou novos protestos na noite desse domingo, 14 de junho de 2020. AFP - THOMAS SAMSON
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O presidente francês disse que as forças de ordem do país “merecem o apoio dos poderes públicos e o reconhecimento da nação”. “Sem a ordem republicana, não tem nem segurança, nem liberdade. E são os policiais que correm riscos em nosso nome e garantem essa ordem”, completou Emmanuel Macron.

Mas a declaração do presidente não foi suficiente para acabar com a insatisfação da categoria. Os policiais escolheram um novo local simbólico e turístico da capital para se manifestar. Depois do Arco do Triunfo no sábado (13), eles se reuniram nesse domingo na Praça do Trocadéro, em frente à Torre Eiffel.

Com as sirenes e giroflex dos carros ligados, os manifestantes ocuparam o local e chegaram a colocar suas algemas no chão. O gesto passou a simbolizar o movimento. "O discurso do presidente Macron não nos tranquilizou, muito pelo contrário. Nós queremos ações concretas e, principalmente, que o ministro do Interior recue”, explicou à AFP um policial que participou do ato, mas preferiu manter o anonimato.

Na esteira do movimento antirracista e contra a violência policial nos Estados Unidos, os franceses voltaram às ruas do país para denunciar o mesmo fenômeno na França. O governo do país, visando atender algumas reivindicações, anunciou na segunda-feira (8) um plano de "tolerância zero" contra a violência de policiais e o racismo na conduta dos agentes. Mas a categoria contesta, principalmente, o fim da utilização da técnica de estrangulamento, conhecida popularmente como mata-leão.

Negociações

“Não ter o apoio do patrão é terrível. Temos a impressão de que é a rua que comanda e nós nos sentimos completamente abandonados”, disse uma policial que participou do protesto no domingo à noite, mas que também preferiu que seu nome não fosse divulgado. Ela garantiu que, se necessário, está disposta a realizar  manifestações noturnas cotidianas.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, recebeu na sexta-feira (12) os sindicados de polícia para uma primeira rodada de negociações. Segundo os participantes, Castaner reconheceu que se expressou mal quando anunciou a suspensão de qualquer funcionário “suspeito” de racismo. O sindicato Alliance, um dos mais representativos da categoria, pede para ser recebido pelo presidente da República, de quem espera “decisões fortes”. Enquanto isso, a mobilização continua, garantem os líderes sindicais.

 

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