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França/Coronavírus

França fecha cafés, restaurantes, discotecas e cinemas a partir de meia-noite de sábado

O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, anunciou na noite de sábado (14) um reforço das medidas de prevenção contra a propagação da epidemia de coronavírus no país. A partir da meia-noite, cafés, restaurantes, discotecas, cinemas, teatros e estabelecimentos comerciais considerados "não essenciais", como shopping centers, permanecerão fechados por tempo indeterminado. Farmácias, postos de gasolina, tabacarias, bancos e supermercados continuarão abertos.

O ministro da Saúde francês, Olivier Véran (à direita), e seu diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon (à esquerda).
O ministro da Saúde francês, Olivier Véran (à direita), e seu diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon (à esquerda). Ludovic MARIN / AFP
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A França atingiu neste sábado o estágio 3 da epidemia do novo tipo de coronavírus, com 4.500 pessoas infectadas – número que dobrou em 72 horas –, 91 mortos e 300 doentes em estado grave, necessitando de aparelhos de respiração artificial. A metade dos casos graves tem menos de 60 anos de idade. Todas as regiões do país são afetadas, inclusive os territórios ultramarinos, como Guadalupe, Martinica, Guiana Francesa e Mayotte.

Igrejas, mesquitas, sinagogas e outros templos religiosos permanecerão abertos, mas sem poder realizar cultos coletivos. "A circulação viral é rápida e intensa", disse em coletiva de imprensa o diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon. "A epidemia vai se generalizar nos próximos dias e tudo vai depender do controle. Os franceses não tomaram consciência da necessidade de mudar seu comportamento individual para conter a propagação do vírus", afirmou Salomon ao justificar a decisão de fechar um grande número de estabelecimentos comerciais.

Minutos antes, o primeiro-ministro francês também havia chamado a atenção dos franceses que continuam lotando bares e restaurantes, apesar do alto risco de transmissão do Covid-19. Philippe lembrou que 88% dos infectados se curam da gripe, mas é necessário evitar um colapso no sistema público hospitalar com um número explosivo de internações simultâneas. Daí a decisão de fechar os locais de lazer a partir da meia-noite deste sábado.

Gripe chega ao sistema penitenciário

Os hospitais de Paris "nunca enfrentaram um fenômeno de tal magnitude", disse o diretor-geral dos hospitais públicos de Paris, Martin Hirsch, em entrevista ao jornal Le Monde. "Pode haver um aumento de casos graves de 20% a 30% por dia", o que "representaria 400 pacientes que necessitam simultaneamente de cuidados intensivos na região de Île-de-France [onde fica a capital] dentro de dez a quinze dias", prevê Hirsch.

O ministro da Saúde, Olivier Véran, fez um alerta contra o uso de medicamentos anti-inflamatórios (ibuprofeno, cortisona e outros), que podem agravar a infecção. Em caso de febre, ele recomendou a utilização do paracetamol.

A França registrou hoje o primeiro caso da infecção no sistema penitenciário. Um detento do presídio de Fresnes (região parisiense) de 74 anos contraiu o Covid-19. Depois de apresentar sintomas, ele foi levado para o hospital Kremlin-Bicêtre.

O coronavírus também avança entre políticos franceses. A secretária de Estado para a Transição Ecológica, Brune Poirson, 38 anos, testou positivo, assim como a senadora Guylène Pantel. O ministro francês da Cultura, Franck Riester, e dez deputados foram contaminados.

Eleições municipais mantidas no domingo

Apesar das medidas tomadas para conter a propagação do coronavírus, os franceses vão às urnas neste domingo (15), no primeiro turno das eleições municipais. As autoridades responsáveis pela organização das seções eleitorais se prepararam para receber os eleitores nas melhores condições possíveis, desinfetando maçanetas, mesas e cabines de votação. Os franceses são convidados a levar uma caneta de casa. Foram tomadas medidas para evitar filas e respeitar as distâncias de segurança. O ministro do Interior, Christophe Castaner, admitiu "temer" uma participação em declínio. Ele reconheceu que alguns municípios consideram difícil abrir suas seções eleitorais.

Casos no mundo superam 152.000 infectados

O número de portadores do novo coronavírus em todo o mundo chegou a 152.898 casos no sábado, incluindo mais de 5.764 mortes em 137 países e territórios, segundo um balanço estabelecido pela agência AFP com base em fontes oficiais. Depois da China, os países mais afetados são Itália (1.441 mortos para 21.157 casos), Irã (611 mortos para 12.729 casos), Espanha (183 mortos para 5.753 casos) e França (91 mortos para 4.500 casos).

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