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França/Imigração

França registra aumento de pedidos de asilo e expulsão de clandestinos em 2019

O balanço anual divulgado pelo Ministério do Interior revela um número recorde dos pedidos de asilo no país e também um aumento na repressão aos imigrantes em situação irregular.

Migrantes aguardam na fila para encaminhar pedido de asilo na França em um dos postos de atendimento em Paris.
Migrantes aguardam na fila para encaminhar pedido de asilo na França em um dos postos de atendimento em Paris. Christophe Carmarans/RFI
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Segundo as estatísticas oficiais reveladas nesta terça-feira (21) pelo governo, em 2019 a França recebeu 132.614 pedidos de asilo em seu território. O aumento foi de 7,3% em relação ao ano anterior, compara Les Echos.

O diário econômico considera a alta “moderada”, mas ressalta que o número total de pedidos atingiu seu nível mais alto desde a crise migratória em 2015, quando a França recebeu 80.000 pedidos.

Les Echos diz que, assim como no ano anterior, os afegãos lideram a lista de requerentes a asilo, seguidos de imigrantes da Guiné, Geórgia e Albânia. O Ministério do Interior afirma que ter georgianos e albaneses no topo da lista é “uma anomalia”, já que esses países são considerados "seguros".

O jornal constata, no entanto, uma evolução no tratamento dos pedidos de asilo. A Agência Francesa de Proteção dos Refugiados e Apátridas (Ofpra, na sigla em francês), responsável por analisar os pedidos de asilo, leva atualmente pouco mais de três meses para dar uma resposta. Em 2017, o prazo médio era de oito meses.

A agência se esforça para reduzir a análise dos pedidos, mas, por outro lado, as vagas nos centros de acolhimento continuam insuficientes, constata o diário.

“Explosão” leva a mais pressão sobre governo

O jornal conservador Le Figaro se refere ao aumento dos pedidos de asilo como uma verdadeira "explosão" que vai ter como efeito uma maior pressão migratória no país.

A “pátria dos direitos humanos”, como o jornal se refere à França, atrai cada vez mais estrangeiros e os pedidos de asilo se tornaram uma verdadeira "máquina de fabricar clandestinos".

A reportagem traz outros dados revelados pelo governo e informa, por exemplo, que a França também concedeu 276.600 novas autorizações de residência no país para quem fez o pedido pela primeira vez, o que representa, além de um número recorde, um aumento de 6,8% em relação ao ano anterior.

Mais expulsões de imigrantes em situação irregular

O Ministério do Interior mostrou que a França também aumentou o número de expulsões de imigrantes em situação irregular no país: 18.906 clandestinos foram forçados a deixar o território francês em 2019, ou seja, 20,6% a mais do que no ano anterior.

O governo francês "comemora" o aumento das expulsões, particularmente dos imigrantes de países externos às fronteiras da União Europeia, pois demonstra o reforço na luta contra a imigração ilegal. Somando os imigrantes que foram expulsos ou deixaram a França de maneira espontânea e voluntária, o total atingiu 31.400 pessoas, o que representa uma alta de 3,8% em relação ao ano anterior.

Apesar dos esforços da polícia e do governo para controlar a imigração, o deputado Guillaume Larrivé, do partido de oposição Os Republicanos, explica em entrevista ao Le Figaro que a dimensão da crise migratória no país é outra. Em tom irônico, Larrivé, um especialista da questão, afirma: "Houve apenas 9.000 reconduções à fronteira, enquanto cerca de meio milhão de clandestinos continua vivendo ilegalmente na França".

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