Caos nos transportes e greve nas refinarias marcam o Natal dos franceses
“Um Natal caótico". A greve obrigou os franceses a se virarem para passar a festa com a família, como destaca o jornal Aujourd'hui en France desta quarta-feira (25). "Festa mesmo sem trégua? Claro que é possível", afirma a publicação, em um artigo que descreve os esforços, alguns deles originais, das pessoas para se reunirem com os parentes este ano.
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São histórias como a do estudante Jacques, que decidiu sair de casa com cinco dias de antecedência para chegar em Nantes, a quase 400 quilômetros a oeste de Paris. Ele começou a viagem de trem e terminou pedindo carona na estrada.
Para alguns, a greve vai custar caro. A família de Barbara, que mora na região parisiense, teve que desembolsar € 214, quase R$ 1.000, porque seu trem para Bordeaux foi anulado na última hora. Ela e a família tiveram que comprar passagens em um trem mais cedo, porque não queriam perder a reunião familiar.
Falta de combustível
Outro destaque do jornal é a greve de refinarias, que poderia levar a faltar combustível na França. A CGT, um dos principais sindicatos do país, diz que o movimento contra a reforma das aposentadorias, que chegou ao seu 21° dia, deve mais forte e pode bloquear totalmente as refinarias. Segundo o governo, todas as usinas estão funcionando. Na terça-feira (24), somente 123 postos de gasolina dos 11 mil existentes na França estavam sem combustível.
As pessoas que acham que vai faltar gasolina aumenta e as filas nos postos são cada dia maiores, segundo o jornal. Na empresa francesa do petróleo Total, 90 de seus 3.500 postos não tinham nem uma gota de combustível. Mas o porta-voz da empresa pondera dizendo que este quadro é menor que na véspera e que a situação está se resolvendo. Os sindicatos afirmam que duas refinarias já estariam totalmente paradas, mas a Total desmente e diz que todas estão funcionando, apesar da greve.
Segundo Aujourd'hui en France, desde 5 de dezembro, os grevistas bloqueiam a saída de combustível da refinaria de Grandpuits, em Seine et Marne. Os trabalhadores votaram na segunda-feira (23) por continuar a greve até 30 de dezembro. A Total foi obrigada a estocar seus produtos refinados. Quando o limite dos depósitos for atingido, a empresa terá que parar as atividades. A refinaria representa menos de 10% da capacidade de tratamento na França.
Desde o começo da mobilização, em cinco de dezembro, os sindicatos tentam bloquear as usinas, segundo representantes da CGT citados no jornal. O objetivo é bloquear as oito refinarias, como foi o caso em 2016, em uma paralisação contra a Lei do Trabalho.
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