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Avanço da Ucrânia na região do rio Dnipro é "simbólico e estratégico", analisa jornal francês

Os jornais franceses desta terça-feira abordam a sequência da guerra na Ucrânia, em um momento em que o exército de Kiev investe em uma nova frente: a margem esquerda do rio Dnipro, que corta o país. 

Soldados ucranianos às margens do rio Dnipro, perto da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, em 15 de outubro de 2023.
Soldados ucranianos às margens do rio Dnipro, perto da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, em 15 de outubro de 2023. AP - Mstyslav Chernov
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Nas últimas semanas, as tropas ucranianas multiplicaram as incursões no local, ocupado desde os primeiros dias da guerra pela Rússia. Enquanto militares e especialistas ocidentais tentam desvendar a estratégia, o exército de Kiev reivindica avanços na região e aponta "duras perdas do inimigo". 

Segundo o jornal Le Monde, centenas de soldados de Kiev ocupariam atualmente uma área de cerca de 50 quilômetros ao longo do rio. Para o diário este é considerado "o mais importante avanço do exército ucraniano" dos últimos meses. 

O ganho de terreno é "simbólico e estratégico", diz o jornal Le Parisien em sua manchete. No entanto, o diário considera que o objetivo de Kiev retomar essa região é ambicioso, já que dezenas de milhares de soldados russos estariam instalados na margem direita do rio. 

Entrevistado pelo diário, o ex-aviador militar e consultor em defesa, Xavier Tytelman, acredita que a meta do exército ucraniano é "empurrar" o máximo as tropas da Rússia, procurando uma falha em sua linha de defesa. Enquanto isso, o presidente Volodymir Zelensky aguarda para ter uma visão a longo prazo sobre a continuação da guerra.

Le Parisien salienta que a Ucrânia deposita grandes esperanças na entrega de caças F-16 por países ocidentais, prevista para ter início no primeiro trimestre de 2024. Além da continuação do apoio de seu maior aliado, os Estados Unidos - uma garantia ratificada na segunda-feira (20), durante visita do secretário americano de Defesa, Lloyd Austin, a Kiev. 

Fracasso da contraofensiva

"Kiev diante do espectro da derrota militar" é a manchete do jornal Le Figaro. O diário classifica a aguardada contraofensiva ucraniana como uma "desilusão" e destaca a preocupação dos países ocidentais diante da duração do conflito.

Para o jornal, após 21 meses de guerra, a Ucrânia acumula más notícias, tanto no campo militar como no diplomático. A matéria aponta que enquanto a guerra no Oriente Médio atrai todas as atenções, Moscou dá mostras de sua resiliência, exibindo sua capacidade de adaptação e colocando sua indústria do armamento "em ordem de batalha", ao mesmo tempo em que recebe um imenso apoio militar de aliados como Coreia do Norte e Irã.  

"E se a Ucrânia perder a guerra para a Rússia?", questiona o diário. Le Figaro destaca que o sentimento de sucesso já triunfa entre os russos. Em entrevista ao diário, Pavlo Klimkin, ex-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, afirma que o presidente russo, Vladimir Putin, quer uma vitória antes da eleição presidencial de março de 2024. Segundo ele, antes disso "não haverá uma desaceleração".  

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