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Grécia: eleitores voltam às urnas para legislativas que dão vantagem à direita de Mitsotakis

Os gregos vão às urnas em eleições legislativas neste domingo (25). O ex-primeiro-ministro de direita, Kyriakos Mitsotakis, é o grande favorito e espera vencer com maioria absoluta para formar "um governo estável". Mas o seu oponente, o líder da esquerda Syriza, Alexis Tsipras, prometeu lutar "até o último segundo".

Uma eleitora na cabine de votação em Atenas, na Grécia, em 25 de junho de 2023. REUTERS/Louiza Vradi
Uma eleitora na cabine de votação em Atenas, na Grécia, em 25 de junho de 2023. REUTERS/Louiza Vradi REUTERS - LOUIZA VRADI
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As sessões eleitorais ficam abertas até às 19 horas (13 horas em Brasília), quando serão divulgadas as primeiras pesquisas de boca de urna.

Chefe de governo de 2019 até o fim de maio, Kyriakos Mitsotakis conquistou uma grande vitória há cinco semanas, ao obter 40,8% dos votos. Mas sem a maioria necessária para formar um governo sem depender de alianças, o líder da Nova Democracia (ND) descartou uma coalizão, chamando novas eleições.

As últimas pesquisas davam a Mitsotakis entre 37,8% e 45% das intenções de voto.

Para o partido Syriza, que registrou apenas 20,07% dos votos em 21 de maio, ou seja, uma queda de 11,5 pontos em relação a 2019, o tombo pode ser ainda mais acentuado. As previsões dão ao seu candidato entre 16,8% e 20% da preferência do eleitorado.

As legislativas deste domingo acontecem no contexto de saída de uma longa crise financeira e empobrecimento da população grega. Com o desemprego em baixa, um crescimento de 6% no ano passado, volta dos investimentos e o turismo a toda potência, a economia grega volta aos eixos.

No entanto, o medo da perda do poder aquisitivo segue vivo na memória da população no país, onde a dívida pública representa mais de 170% do PIB. Muitos ainda pagam o preço de uma década de crise e resgates financeiros internacionais que resultaram em cortes nos serviços públicos e em baixos salários.

Desafios

De acordo com analistas internacionais, Kyriakos Mitsotakis, o ex-chefe de governo de 55 anos, enfrenta duas armadilhas em potencial. Por um lado, o possível cansaço dos eleitores, chamados duas vezes às urnas em cinco semanas e que poderão preferir ir às praias neste domingo de verão. Por outro lado, a divisão dos conservadores em três formações que disputam os votos dos simpatizantes da extrema direita.

"Ninguém sabe quantos partidos irão entrar no parlamento. Entre 5 e 8 partidos, ninguém sabe", disse Mitsotakis no sábado, segundo fontes próximas citadas pela agência grega ANA.

Na sexta-feira, ele levantou a possibilidade de uma terceira votação no meio do verão europeu, quando a maioria dos gregos tira férias. “Espero que não voltemos a nos ver no início de agosto”, desabafou o candidato no canal de televisão Skaï, acrescentando: “não é brincadeira!”.

Durante o seu último comício de campanha, na esplanada Syntagma, em Atenas, ele pediu aos eleitores que lhe concedessem uma ampla maioria. Kyriakos Mitsotakis tenta evidenciar o recorde econômico de seu governo, marcado por crescimento de 8,3% em 2021 e 5,9% em 2022, além da queda do desemprego.

"Esta é a primeira vez que um primeiro-ministro dá aos gregos essa impressão de confiança e segurança", afirmou Vassilis Papanikolaou, no meio da multidão. "Não queremos mais governos instáveis ​​como durante a crise", acrescentou o eleitor grego.

Alexis Tsipras, por sua vez, tem alertado contra os riscos de dar a Mitsotakis um "cheque em branco" para realizar uma "agenda oculta" de políticas que destroem ganhos sociais.

(Com informações da AFP)

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