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Kiev e Moscou se acusam mutuamente por ataque em barragem hidrelétrica na Ucrânia

A barragem hidrelétrica de Kakhovka, localizada nas áreas ocupadas pelos russos na região de Kherson, no sul da Ucrânia, foi parcialmente destruída na terça-feira (6). Moscou e Kiev se acusam mutuamente pelos ataques. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, responsabilizou a Rússia pela destruição da infraestrutura.

Nesta imagem tirada de um vídeo divulgado pelo gabinete presidencial ucraniano, a água passa por um rompimento na barragem de Kakhovka em Kakhovka, Ucrânia, terça-feira, 6 de junho de 2023.
Nesta imagem tirada de um vídeo divulgado pelo gabinete presidencial ucraniano, a água passa por um rompimento na barragem de Kakhovka em Kakhovka, Ucrânia, terça-feira, 6 de junho de 2023. AP
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As forças ucranianas realizaram "vários ataques" na barragem de Kakhovka durante a madrugada de terça-feira, afirmou o prefeito da cidade de Nova Kakhovka, Vladimir Leontiev, ao Telegram. O representante do poder russo na cidade disse ainda que o bombardeio destruiu as válvulas da barragem e causou uma "vazão incontrolável de água". “A barragem não está destruída e é uma felicidade imensa”, garantiu, mas "a cidade continua sendo alvo de ataques de mísseis ucranianos".

Por sua vez, o exército ucraniano acusou, em um comunicado, a Rússia de ter organizado a explosão na barragem. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou com urgência seu conselho de segurança, de acordo com o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, no Telegram, e denunciou um "crime de guerra".

O aumento das águas do rio Dnipro foi observado em várias localidades situadas perto da barragem sem que a situação se tornasse crítica, segundo a administração da região de Kherson, instalada pela Rússia. "Se necessário, estamos prontos para retirar os habitantes das cidades vizinhas", declarou em comunicado ao Telegram o chefe do governo regional, Andrey Alekseyenko, ressaltando, no entanto, que as vidas dos habitantes não estão ameaçadas.

Ucrânia acredita que a Rússia quer conter sua ofensiva

Várias cidades foram “total ou parcialmente” inundadas na Ucrânia. "Cerca de 16.000 pessoas estão na zona crítica", disse Oleksandr Prokudin, chefe da administração militar ucraniana da região de Kherson, nas redes sociais.

“O objetivo dos terroristas é óbvio: criar obstáculos para as ações ofensivas das forças armadas ucranianas”, estimou Mykhaïlo Podoliak, assessor da presidência ucraniana, em mensagem dirigida a jornalistas.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse na terça-feira que a Rússia deveria ser responsabilizada pela destruição parcial da barragem, citando também um "crime de guerra".

“Chocado com o ataque sem precedentes à barragem de Nova Kakhovka”, tuitou Charles Michel. “A destruição da infraestrutura civil é claramente um crime de guerra e responsabilizaremos a Rússia e seus partidários”, acrescentou.

“Meu coração está com todas as famílias da Ucrânia afetadas por este desastre”, escreveu ainda, afirmando que oferecerá ajuda às áreas inundadas na próxima cúpula dos líderes do bloco marcada para o final de junho em Bruxelas.

 

 

Risco nuclear afastado

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estimou na terça-feira que "não há perigo nuclear imediato" na usina de Zaporíjia, situada a 150 km acima da barragem e que utiliza a água do rio Dnipro para resfriar o combustível usado em seus reatores.  

"Os especialistas da AIEA" presentes no local "estão monitorando de perto a situação, acrescentou o órgão da ONU em um tuíte.

A barragem de Kakhovka, tomada no início da ofensiva russa na Ucrânia, permite o abastecimento de água da península da Crimeia, anexada em 2014 por Moscou. Implantada às margens do rio Dnipo em 1956, durante o período soviético, a obra é parcialmente construída em concreto e terra. É uma das maiores infraestruturas deste tipo na Ucrânia.

(Com informações da AFP)

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