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Grupo Wagner deixará Bakhmut até 1° de junho e tem destino incerto na guerra na Ucrânia

Será finalmente "até 1° de junho" e não em 25 de maio - como anunciado no sábado (20) - que o grupo paramilitar Wagner deixará Bakhmut, no leste da Ucrânia. A tomada da cidade foi comemorada pelas autoridades russas, mas até o momento não pôde ser confirmada por fontes independentes. 

O fundador e líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, exibe uma bandeira russa em Bakhmut, no leste da Ucrânia, em imagem divulgada por sua assessoria de imprensa em 20 de maio.
O fundador e líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, exibe uma bandeira russa em Bakhmut, no leste da Ucrânia, em imagem divulgada por sua assessoria de imprensa em 20 de maio. AP
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Com informações de Anissa El Jabri, correspondente da RFI em Moscou, e agências 

"O grupo Wagner deixa Artemvsk [nome soviético de Bakhmut] entre 25 de maio e 1º de junho", disse seu fundador e líder, Yevgeny Prigozhin, em uma gravação de áudio divulgada por sua assessoria de imprensa. Na mensagem, ele explica que "linhas de defesa" foram estabelecidas na periferia ocidental de Bakhmut.

A Ucrânia não confirmou até o momento a perda de Bakhmut. O comandante das forças terrestres ucranianas, Oleksander Syrsky, disse no domingo (21) que suas tropas controlam apenas uma parte "insignificante" da cidade, mas que ainda avançam nos arredores.

Compromisso político

O anúncio da tomada de Bakhmut nas mídias russas oficiais reflete o que parece ser um compromisso político acertado nos menores detalhes. Prigozhin anunciou no sábado a tomada da cidade, mas, na imprensa russa, nenhuma notícia foi imediatamente divulgada.

Horas mais tarde, o Ministério da Defesa da Rússia publicou um comunicado oficial, confirmando as informações de Prigojine. Paralelamente, a TV russa mostrou membros do grupo Wagner em Bakhmut, identificados simplesmente como "soldados russos", ainda que suas icônicas insígnias de caveira estivessem bem visíveis. 

Finalmente, depois do presidente Vladimir Putin, o canal russo Perviy Kanal mencionou a facção paramlitar pela primeira vez. Um repórter enviado a Bakhmut chegou a mostrar o rosto do comandante que instalou a bandeira russa no centro da cidade, junto ao nome no uniforme: "Ratibor". 

O cenário é visivelmente trabalhado para evitar um episódio similiar ao que ocorreu após a conquista de Soledar, em janeiro deste ano. Na ocasião, a demora de Moscou para reconhecer os verdadeiros autores da tomada da cidade suscitou uma intensa troca de farpas entre Prigojine e o Ministério da Defesa da Rússia. 

Futuro do grupo Wagner na guerra 

Ainda não se sabe que futuro terá o grupo paramilitar na guerra, se os homens de Prigozhin deixarão apenas Bakhmut ou toda a região do Donbass, no leste, para serem enviados a outras cidades. Para especialistas, o que é certo é que o líder do Wagner vai perder sua tribuna. Na manhã desta segunda-feira (22), ele voltou a alfinetar o governo russo: "se não há unidades do Ministério da Defesa suficientes [para ocupar Bakhmut], há milhares de generais que podem fazê-lo. É preciso nomear um regimento de generais, dar fuzis a todos eles, e tudo irá bem", disse.

O líder do Wagner continua sendo a única pessoa a usar esse tipo de linguagem com o ministro da Defesa, Serguei Shoigu. Em Moscou, um homem que circulava neste fim de semana com o cartaz "Shoigu, onde estão os obus?" colado em seu carro pagou caro pela ousadia. Denunciado por desrespeito ao exército, o cidadão deverá pagar uma multa de 50 mil rublos (cerca de R$ 3.100). 

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