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Em missa de Páscoa, papa Francisco pede esforços pelo fim de conflitos que ensanguentam o mundo

O papa Francisco expressou neste domingo (9), durante a missa de Páscoa, sua "profunda preocupação" com a violência no Oriente Médio, que ameaça, segundo o pontífice, o "diálogo" entre israelenses e palestinos. Em suas preces, o pontífice recordou os principais conflitos que atingem o mundo, expondo milhares de pessoas ao sofrimento, e voltou a pedir o fim da "globalização da indiferença".

Papa Francisco acena para fiéis que foram à Praça São Pedro para participar da tradicional missa do domingo de Páscoa.
Papa Francisco acena para fiéis que foram à Praça São Pedro para participar da tradicional missa do domingo de Páscoa. REUTERS - YARA NARDI
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma

Milhares de fiéis de diversos países, inclusive do Brasil, chegaram cedo na Praça São Pedro para participar das orações de Páscoa no Vaticano. A celebração presidida pelo papa Francisco começou pontualmente às 10h (5h em Brasília). 

Durante a missa, o papa reiterou o apelo para que cesse o conflito entre Israel e Palestina. “Que o diálogo entre israelitas e palestinos seja retomado, num clima de confiança e respeito mútuo, de modo que a paz reine na Cidade Santa e em toda a região”, disse o chefe da Igreja Católica, preocupado com a escalada de violência no Oriente Médio nos últimos dias.

Na mensagem, o pontífice ressaltou a esperança de paz em diversas partes do mundo. "Que a humanidade supere os conflitos e as divisões e abra os corações aos mais necessitados e àqueles que fogem das guerras e da pobreza", disse. O caminho pode ser repleto de tropeços, alertou Francisco, incitando os fiéis a não desanimar.

As consequências da guerra na Ucrânia estiveram nas preces do papa. “Ajudai o amado povo ucraniano no caminho para a paz, e derramai a luz pascal sobre o povo russo", exaltou. "Confortai os feridos e quantos perderam os seus entes queridos por causa da guerra e fazei que os prisioneiros possam voltar sãos e salvos para as suas famílias", acrescentou. Em seguida, ele pediu à comunidade internacional para que se esforce em encerrar todos os conflitos que ensanguentam o mundo, a começar pela Síria, que ainda espera a paz. 

Turquia, Síria, Tunísia e Haiti

Ainda impactado pelo violento terremoto ocorrido em março na Turquia e na Síria, Francisco pediu orações às populações atingidas. Sobre o Líbano, ainda à procura de estabilidade e unidade, Francisco defendeu que todos os libaneses trabalhem juntos para superar as divisões internas. 

O pontífice lembrou também da Tunísia, “especialmente dos jovens e daqueles que sofrem por causa dos problemas sociais e econômicos, a fim de não perder a esperança e colaborar na construção de um futuro de paz e fraternidade”.

Diante do sofrimento de católicos em várias regiões do mundo, o papa chamou a atenção dos dirigentes internacionais. "Olhai para o Haiti, onde há vários anos uma grave crise sociopolítica e humanitária provoca sofrimento, e sustentai o empenho dos atores políticos e da comunidade internacional na busca de uma solução definitiva para os inúmeros problemas que afligem aquela população tão atribulada", pediu Francisco.

Conflitos na África

Ele ainda fez referência aos processos de paz e reconciliação empreendidos na Etiópia e no Sudão do Sul, implorou pelo fim da violência na República Democrática do Congo, na Nicarágua e na Eritreia. Em outro trecho de suas orações, o pontífice suplicou a Deus que conforte as vítimas do terrorismo internacional, especialmente no Burkina Faso, Mali, Moçambique e Nigéria. Depois, pediu ajuda para Mianmar, com a expectativa que "o martirizado povo rohyngia encontre justiça".

Logo após a missa, Francisco saudou de perto os fiéis. No papamóvel, ele deu uma volta pela Praça São Pedro e ampliou o percurso até a Via della Conciliazione, a principal rua de acesso ao Vaticano. Em seguida foi ao balcão central da Basílica para dar a tradicional benção “Urbi et Orbi”, à cidade e ao mundo. 

O domingo da morte e ressurreição de Jesus Cristo é a data mais importante do calendário católico. Na visão da Igreja, a Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade e traz a esperança para os cristãos.

Contra a indiferença

Francisco reiterou seu apelo para erradicar a "globalização da indiferença" em relação àqueles que sofrem, como refugiados, deportados, prisioneiros políticos e migrantes, especialmente os mais vulneráveis, bem como todos aqueles que sofrem com a fome, a pobreza e os efeitos nocivos do narcotráfico, do tráfico de pessoas e de toda a forma de escravidão.

O papa exortou também “os responsáveis das nações, para que nenhum homem ou mulher seja discriminado e espezinhado na sua dignidade; para que, "no pleno respeito dos direitos humanos e da democracia, se curem estas chagas sociais, se procure sempre e só o bem comum dos cidadãos, se garanta a segurança e as condições necessárias para o diálogo e a convivência pacífica".

Apesar da recente internação hospitalar, Francisco mostrou sua força na Semana Santa, a mais importante do ano litúrgico católico. Ele não alterou a programação e presidiu todas as cerimônias, à exceção da Via-Crúcis, na noite de sexta-feira no Coliseu, por causa da baixa temperatura em Roma.

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