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EUA oferecem à Eslováquia US$ 1 bi em armas por ajuda à Ucrânia; Zelensky visita front em Bakhmut

A Eslováquia revelou nesta quarta-feira (22) que recebeu uma oferta de armas dos Estados Unidos de US$ 1 bilhão (mais de R$ 5,7 bilhões), com desconto, como compensação por sua promessa de enviar 13 caças MiG-29 à Ucrânia. A oferta inclui 12 novos helicópteros Bell AH-1Z Viper, com acessórios, formação para pilotos e técnicos; e mais de 500 mísseis AGM-114 Hellfire, detalhou o ministro da Defesa eslovaco, Jaroslav Nad, no Facebook.

Militares ucranianos patrulham área perto do front, em Bakhmut.
Militares ucranianos patrulham área perto do front, em Bakhmut. © Lisi Niesner / Reuters
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"O valor deste material supera ligeiramente US$ 1 bilhão de dólares (...) A Eslováquia pagaria cerca de US$ 340 milhões em um período de três a quatro anos", escreveu o ministro da Defesa eslovaco na rede social.

Na última sexta-feira, a Eslováquia prometeu a entrega de 13 caças à Ucrânia. Os aparelhos só devem chegar ao país em guerra dentro de algumas semanas. Um dia antes, a Polônia, também membro da Otan, anunciou a entrega de mais quatro MiG-29 a Kiev.

Os aviões oferecidos pelos dois países europeus à Ucrânia são aeronaves projetadas pelos soviéticos que os pilotos ucranianos podem usar imediatamente, sem treinamento adicional. Eles atendem a uma demanda feita com insistência, nos últimos meses, pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram no início da semana novos pacotes de ajuda financeira à Ucrânia para reforço de seu arsenal.

Zelensky visita Bakhmut, após partida de Xi da Rússia

O presidente da Ucrânia visitou nesta quarta-feira posições militares nos arredores da cidade de Bakhmut, no front de batalha do leste do país, horas depois de Vladimir Putin se despedir do presidente chinês, Xi Jinping, após uma visita de três dias à Rússia.

Em uma mensagem nas redes sociais, Zelensky compartilhou sua visita aos soldados que resistem em condições difíceis às investidas dos mercenários do grupo Wagner, contratado por Moscou para conquistar Bakhmut, na região de Donetsk.

"É um honra estar aqui hoje para recompensar nossos heróis. Estender-lhes as mãos e agradecer por protegerem a soberania de nosso país", disse Zelensky. O vídeo divulgado pelo gabinete da Presidência mostra Zelensky reunindo-se com militares em um depósito e entregando condecorações

As forças russas e ucranianas disputam há meses o controle de Bakhmut, nas mãos de Kiev, na batalha mais violenta desde o início da guerra no final de fevereiro do ano passado. A Ucrânia afirma que a luta por esta cidade industrial, que antes da guerra tinha uma população de cerca de 80.000 pessoas, é a chave para conter as forças russas ao longo de todo o front oriental.

Em uma mensagem separada, Zelensky detalhou que visitou soldados ucranianos feridos e, em um vídeo, ele aparece em um hospital no momento em que cumprimenta soldados.

"Sério" agravamento

Zelensky já havia visitado Bakhmut no final do ano passado, pouco antes de uma viagem histórica aos Estados Unidos, sua primeira ao exterior desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. No entanto, desde então, as forças russas avançaram rumo à tomada de Bakhmut.

Um assessor do líder da região ucraniana de Donetsk, designado pela Rússia, disse nesta quarta-feira que as forças russas estavam prestes a cortar as ligações rodoviárias da Ucrânia com a cidade. "A cidade está praticamente bloqueada", disse Yan Gagin em comunicado divulgado por agências de notícias russas.

Um ataque russo contra um edifício residencial em Zaporíjia, no sul da Ucrânia, deixou ao menos um morto e 25 feridos, segundo a prefeitura de cidade.

Em imagens mostradas por Zelensky desse ataque em Zaporíjia é possível ver um projétil atingindo um prédio residencial, formando uma grande coluna de fumaça preta.

"Infelizmente, uma pessoa ferida, que estava em estado grave, morreu", disse o prefeito da cidade, Anatoliy Kurtiev, no Telegram, acrescentando que outras 25 pessoas foram hospitalizadas.

Zelensky chamou o bombardeio russo de "selvageria bestial" e disse que Moscou estava tentando "destruir nossas cidades, nosso Estado, nosso povo".  

A visita de Zelensky a Bakhmut ocorreu horas depois de Xi Jinping deixar a Rússia após um encontro de cúpula com seu colega Vladimir Putin para mostrar unidade frente às potências ocidentais. As duas nações, dispostas a combater a influência internacional americana, expressaram preocupação com a expansão da Otan e concordaram em aprofundar uma aliança que se estreitou desde a ofensiva da Rússia na Ucrânia.

A visita do líder chinês foi vista como um apoio a Putin, que enfrenta um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por acusações de deportação ilegal de crianças ucranianas. O líder russo afirmou estar aberto a negociações com a Ucrânia e elogiou a proposta de paz de 12 pontos apresentada pela China, que apela ao diálogo e ao respeito pela soberania territorial de todos os países.

O presidente ucraniano afirmou que convidou a China para conversar, mas que ainda espera "uma resposta".

Na Rússia, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, falou sobre o plano do Reino Unido de entregar munições com urânio empobrecido à Ucrânia, dizendo que isso significaria uma "séria" escalada do conflito. Na segunda-feira, a vice-ministra da Defesa do Reino Unido, Annabel Goldi, disse que seu país planeja fornecer à Ucrânia munições que são "muito eficazes na destruição de tanques modernos e veículos blindados".

Com informações da AFP

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