Acessar o conteúdo principal

Itália: corpos de migrantes continuam chegando ao litoral após naufrágio que deixou mais de 60 mortos

Socorristas continuam as buscas nesta segunda-feira (27) no mar e ao longo da costa de Crotone, na Calábria, no sul da Itália, um dia depois do naufrágio de uma embarcação de migrantes. Até o momento, as autoridades contabilizaram 62 mortos, mas o número deve aumentar já que corpos continuam sendo resgatados no litoral. 

Membros da guarda costeira e bombeiros italianos trabalham no resgate de corpos na praia de Le Castella, na Calábria, nesta segunda-feira (27).
Membros da guarda costeira e bombeiros italianos trabalham no resgate de corpos na praia de Le Castella, na Calábria, nesta segunda-feira (27). AFP - ALESSANDRO SERRANO
Publicidade

A polícia italiana divulgou imagens mostrando pedaços da embarcação espalhados pela praia de Crotone. Os bombeiros da cidade vizinha de Cutro também participam das buscas, com o auxílio de helicópteros. Na praia de Le Castella um jornalista da AFP assistiu a uma operação de resgate de um corpo nesta segunda-feira, aparentemente de uma jovem na faixa dos 20 anos. 

ONGs assumiram os cuidados de crianças que perderam familiares quando o barco, superlotado, colidiu com rochedos a poucos metros da costa, durante uma tempestade na madrugada de domingo (26). "Alguns afirmaram que viram os parentes caindo na água e que eles desapareceram ou morreram", indicou o escritório italiano da ONG Save the Children.

"Um menino afegão de 12 anos perdeu toda a família, nove pessoas no total: os quatro irmãos e irmãs, seus pais e outros parentes", afirmou Sergio di Dato, coordenador da equipe de psicólogos enviada ao local pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) para ajudar os sobreviventes. 

A ONG Save the Children informou no Twitter que está atendendo migrantes do Afeganistão, Paquistão, Somália e Síria, incluindo várias crianças que viajavam com suas famílias. "Há muitos menores desaparecidos", destacou.

Três traficantes presos

A embarcação saiu de Izmir, na Turquia, na semana passada. Segundo a imprensa italiana, três traficantes de pessoas foram presos e a polícia procura por um quarto homem. 

A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, de extrema direita, expressou sua "profunda dor" com tragédia. Segundo ela, é "criminoso enviar ao mar uma embarcação de apenas 20 metros com 200 pessoas a bordo e com uma previsão do tempo ruim".

O naufrágio ocupa as primeiras páginas da imprensa italiana nesta segunda-feira. "O massacre de inocentes", afirma o jornal La Stampa, com uma fotografia dos pedaços da embarcação. "O barco foi destruído a 100 metros da costa: o massacre de migrantes", destaca o jornal Il Corriere della Sera.

A Itália, que registrou a chegada de centenas de milhares de migrantes nos últimos anos, acusa os seus parceiros da União Europeia de falta de solidariedade na distribuição dos requerentes de asilo que chegam ao país, mesmo que um grande número de pessoas não permaneça na península.

A situação geográfica da Itália faz do país um destino preferencial para os migrantes que viajam do norte da África para a Europa. De acordo com o Ministério do Interior, quase 14.000 entraram na Itália desde o início do ano, contra 5.200 no mesmo período no ano passado e 4.200 em 2021.

"Para evitar que esse drama se reproduza", a França afirmou nesta segunda-feira que será "necessário reforçar a cooperação com os países envolvidos e desenvolver uma abordagem europeia conjunta em termos de resgate no mar e de luta contra as redes de traficantes". O Ministério francês das Relações Exteriores indicou que "a França está determinada a continuar, com responsabilidade e solidariedade, o trabalho engajado com os seus parceiros europeus". 

(Com informações da AFP

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.