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Volodymyr Zelensky visita Londres e Paris para fortalecer apoio europeu contra a Rússia

Após a viagem a Londres, nesta quarta-feira (8), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky passa por Paris, onde será recebido pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, em encontro que terá a presença do chanceler alemão, Olaf Scholz. Conforme indicado pelas autoridades francesas, os três líderes se reunirão em um jantar no palácio Eliseu, sede da presidência. Esta é a primeira vez desde o início da guerra em seu país que Zelensky visita a França. Mais cedo, ele esteve no Reino Unido, onde conversou com o primeiro-ministro, Rishi Sunak, teve encontro com o rei Charles III e discursou no Parlamento britânico.

O rei Carlos III da Grã-Bretanha em audiência com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no Palácio de Buckingham em Londres na quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023.
O rei Carlos III da Grã-Bretanha em audiência com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no Palácio de Buckingham em Londres na quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023. AP - Aaron Chown
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A visita do presidente da Ucrânia ao Reino Unido nesta quarta-feira foi a segunda viagem dele ao exterior desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Esta tarde, Zelensky foi recebido pelo rei Charles III, no Palácio de Buckingham. Mais cedo, se encontrou com o primeiro-ministro Rishi Sunak e discursou na Câmara dos Comuns.

O diálogo entre o Reino Unido, "um dos primeiros" países "a ajudar a Ucrânia", é "muito importante para a segurança do nosso país e, claro, para a segurança do mundo", disse Zelensky, durante encontro com o primeiro-ministro em Downing Street. 

"Continuaremos apoiando a Ucrânia para garantir uma vitória militar decisiva no campo de batalha este ano", afirmou Sunak, diante do Parlamento, depois de receber Zelensky e antes de o presidente ucraniano se dirigir aos deputados britânicos.

Treinamento de pilotos    

Londres também propôs "reforçar a oferta de treinamento do Reino Unido para as tropas ucranianas, e estender o treinamento aos pilotos de aviões caça para garantir que a Ucrânia possa defender seu espaço aéreo no futuro", acrescentou o primeiro-ministro britânico. "Este treinamento permitirá aos pilotos conduzir aeronaves de combate sofisticadas de acordo com os padrões da Otan", do tipo que Zelensky reivindica, completou Sunak. 

O Reino Unido já forneceu 2,3 bilhões de libras (mais de R$ 14 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia, em 2022, e prometeu manter o mesmo nível este ano. O país é o segundo no mundo que mais enviou recursos, depois dos Estados Unidos.  

Até agora, o Reino Unido concordou em fornecer 14 tanques Challenger 2, mas relutou em enviar à Ucrânia caças Typhoon e F-35.  

Em dezembro, Zelensky havia feito uma viagem relâmpago a Washington, onde foi recebido pelo presidente norte-americano Joe Biden. O líder ucraniano fez na ocasião um discurso no Congresso e conseguiu que os Estados Unidos concordassem em fornecer mísseis Patriot, para contra-atacar as forças russas. 

Zelensky pede mais armas

O líder ucraniano pediu, contudo, que os ocidentais intensifiquem ainda mais a sua ajuda militar, em um momento em que a Ucrânia teme um novo ataque russo em larga escala.  

Muitos observadores internacionais e especialistas concordam que a Rússia pode estar preparando uma ampla ofensiva para o final do inverno ou início da primavera (Hemisfério Norte), com o objetivo de conquistar toda a região do Donbass, hoje ocupada parcialmente pelas forças russas.

As autoridades de Kiev já alertaram para o risco de um ataque russo em larga escala, em 24 de fevereiro, data de aniversário do início da invasão do país por Moscou.

Novas sanções 

O Reino Unido também reforçou, nesta quarta-feira, as sanções contra o setor de defesa russo. As novas medidas incluem "seis entidades que fornecem equipamentos militares, como drones, para a invasão russa da Ucrânia", informou o Ministério das Relações Exteriores britânico, em um comunicado. 

"Oito pessoas e uma entidade vinculadas a redes financeiras" próximas ao Kremlin também estão entre os afetados pelas sanções, que incluem o congelamento de bens no Reino Unido. 

"Essas novas sanções aceleram a pressão econômica sobre [o presidente russo, Vladimir] Putin, minando sua máquina de guerra para ajudar a Ucrânia a vencer", disse o chefe da diplomacia britânica, James Cleverly. 

De acordo com o comunicado, o Reino Unido sancionou mais de 1.300 pessoas e entidades desde o início da invasão russa da Ucrânia, há quase um ano. 

Chanceler alemão reafirma apoio à Ucrânia 

Nesta quarta-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, assegurou que o "futuro" da Ucrânia está "na União Europeia". "A Ucrânia pertence à Europa, o seu futuro está na União Europeia! E esta promessa conta", disse Scholz, perante a Câmara baixa do Parlamento alemão, na véspera da cúpula dos dirigentes da UE em Bruxelas.  

O presidente russo, Vladimir Putin, "não alcançará seus objetivos" na Ucrânia ou no "campo de batalha" ou "impondo um tratado de paz", disse Scholz, insistindo na unidade intacta dos aliados ocidentais em seu apoio a Kiev. "Esta é a conclusão que se pode tirar depois de um ano de guerra", julgou o chanceler, em discurso aos deputados do Bundestag.  

Recentemente, a Alemanha concordou em enviar tanques para a Ucrânia. Na terça-feira (7), Berlim anunciou, junto com Holanda e Dinamarca, que entregará "pelo menos 100 tanques Leopard 1 A5" nos "próximos meses".  

Ainda não foi confirmada uma possível passagem de Zelensky por Bruxelas, onde fontes citaram a possibilidade de uma sessão extraordinária do Parlamento Europeu com sua presença, na quinta-feira (9). Um diplomata europeu citado pela AFP confirma que Zelensky deverá se deslocar para a Bélgica, no mesmo dia em que terá início um encontro de líderes da União Europeia. O líder ucraniano foi convidado pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que visitou Kiev na semana passada, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. 

Enquanto isso, em Moscou, mapas atualizados da Rússia, incluindo regiões da Ucrânia que a Rússia afirma ter anexado - Zaporíjia, Kherson, Lugansk e Donetsk - já foram colocados à venda nas livrarias, desde a terça-feira. 

(Com informações da RFI e da AFP) 

 

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