Acessar o conteúdo principal

Chanceler francesa não descarta “processo" no TPI contra "quem deu a ordem de invadir” a Ucrânia

A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, esteve na Ucrânia, onde reafirmou o apoio de Paris ao povo ucraniano. De passagem em seguida pela Romênia, ela concedeu uma entrevista exclusiva à RFI, na qual disse que a Rússia “violou todos os seus compromissos” e falou sobre uma possível punição dos responsáveis pela guerra, lembrando que, no passado, chefes de Estado já foram julgados pela Tribunal Penal Internacional.

A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, defendeu novamente a soberania ucraniana.
A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, defendeu novamente a soberania ucraniana. © RFI
Publicidade

Ajudar a Ucrânia a manter sua independência, soberania e integridade territorial. Essa foi a mensagem principal da entrevista da chefe de diplomacia francesa, realizada na redação ucraniana montada pela RFI em Bucareste logo após o início da guerra.

“Se nós estamos do lado da Ucrânia, é porque defendemos uma visão do mundo, com valores e princípios do direito internacional, mas também porque defendemos nossos interesses”, disse Catherine Colonna, lembrando que “se cada um decidir invadir seu vizinho”, todo o planeta vai sofrer.

“Hoje, infelizmente, é hora das armas. Estamos ajudando a Ucrânia a se defender com esse objetivo e sabemos que, para que ela possa vislumbrar novas etapas em um diálogo que existia, mas que foi interrompido, deve encontrar um melhor equilíbrio de poder”, resumiu a chefe da diplomacia francesa. No entanto, ela ressaltou que quem deve decidir o que ser feito é Kiev, no momento e nas condições que o governo ucraniano considerar mais adequados.

Perda da confiança

Mas antes disso, insistiu a ministra, é preciso que os ucranianos vejam na Rússia “um parceiro de boa-fé”, lançou. “Até agora, [Moscou] não deu sinais da sua disponibilidade para um diálogo produtivo. Pelo contrário, violou metodicamente todos os seus compromissos, tanto os internacionais como os compromissos da época da dissolução da União Soviética”, disse a ministra, para quem “primeiro é necessário estabelecer este novo equilíbrio de poder, para ajudar a Ucrânia a reconquistar o que ela deve reconquistar”.

A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, entre os jornalistas das redações romena e ucraniana da RFI, em Bucareste.
A ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, entre os jornalistas das redações romena e ucraniana da RFI, em Bucareste. © RFI

Questionada sobre as possíveis sanções contra os responsáveis pela guerra e se ela acreditava que um processo contra os protagonistas do conflito poderia realmente acontecer, Catherine Colonna foi categórica: “sim, pois é preciso. Sabemos que não haverá paz duradoura sem que a justiça seja feita”, sentenciou, afirmando que as autoridades francesas estão “comprometidas com esta luta contra a impunidade”.

“É possível processar não só quem atirou, quem matou, mas quem deu a ordem, e até quem deu a ordem de invadir”, anunciou. “Já aconteceu no passado que chefes de Estado tenham sido julgados pelo Tribunal Penal Internacional ou pelos tribunais internacionais que existiam antes da criação do TPI. Portanto, existem recursos legais possíveis e eles têm que ser [punidos]. Isso é essencial”, concluiu.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.