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Preso no Reino Unido, ex-tenista Boris Becker é libertado e volta para a Alemanha, diz advogado

O ex-tenista Boris Becker, ex número 1 do mundo, foi libertado nesta quinta-feira (15) da prisão de Huntercombe, a cerca de 60 quilômetros de Londres, após oito meses de detenção. Ele foi condenado por ter cometido "crimes financeiros", segundo a agência de notícias britânica PA e está voltando para a Alemanha, de acordo com seu advogado, Christian-Oliver Moser.

O ex-tenista Boris Becker chega à Corte de Southwark Crown, em Londres, em abril. Ele foi libertado nesta quinta-feira (15) e voltará para a Alemanha.
O ex-tenista Boris Becker chega à Corte de Southwark Crown, em Londres, em abril. Ele foi libertado nesta quinta-feira (15) e voltará para a Alemanha. AP - Frank Augstein
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O advogado também não deu detalhes sobre as condições legais de seu retorno -  por ser estrangeiro e ter sido condenado a mais de 12 meses de prisão, Boris Becker pode ser expulso do Reino Unido.

O ex-tenista chegou em Munique esta tarde a bordo de um avião Cessna, da companhia Air Hamburg, segundo o jornal Der Spiegel.

O avião teria sido fretado, segundo a imprensa britânica, por uma empresa audiovisual, cujo nome não fo divulgado, e que teria pago para contar sua história. A plataforma Apple TV exibirá em breve um documentário em que o ex-campeão faz declarações.

Boris Becker, que jogou profissionalmente entre 1984 a 1999, foi condenado em 29 de abril a dois anos e meio de prisão pela Justiça britânica após ser considerado culpado de ter ocultado 2,5 milhões de libras (US$ 3 milhões).Em entrevista ao tabloide "The Sun", sua mãe, Elvira Becker, 87 anos, disse que o retorno do filho era seu "melhor presente de Natal".

Vencedor de seis títulos de Grand Slam, o ex-tenista vivia no Reino Unido desde 2012 e foi condenado em abril por ocultar ou transferir ilegalmente milhões de euros e libras para evitar o pagamento de suas dívidas após declarar falência, em 2017. Becker foi condenado por acusações que incluem subtração de bens, ocultação de patrimônio e de dívidas.

Durante o processo, o Ministério Público declarou que o ex-atleta recebeu € 1,13 milhão da venda de uma concessionária Mercedes que ele possuía na Alemanha. O valor foi depositado em uma conta bancária profissional que usava como "cofrinho pessoal" para pagar por compras de luxo e a escola de seus filhos.

"A condenação de Boris Becker mostra claramente que a ocultação de bens no âmbito de uma falência é um delito grave,  e processamos quem a comete", ressaltou o diretor-geral do Insolvency Service, o organismo governamental britânico que supervisiona as falências.

Condenação na Alemanha

Há 20 anos, Becker já havia sido condenado na Alemanha a uma pena de prisão, mas sua aplicação foi suspensa, devido a problemas com o fisco. A juíza britânica Deborah Taylor censurou o tenista por não ter levado em consideração a advertência que a primeira condenação deveria ter significado para ele.

Seu advogado, Jonathan Laidlaw, argumentou que Becker "não conseguia encontrar trabalho e tinha que contar com a caridade de outras pessoas para sobreviver". O tenista, que negou tudo, foi absolvido de outras 20 acusações, incluindo as que se referiam ao desaparecimento dos seus troféus. Durante as audiências, ele afirmou que não sabia onde estavam.

Ele vendeu parte de seus troféus em um leilão por 700 mil libras. De acordo com Becker, a falência e o tratamento recebido na imprensa prejudicaram a "marca Becker". O atleta também teve problemas com a Justiça espanhola por dívidas não pagas relacionadas a obras em sua casa em Mallorca e também com a Justiça suíça, por não ter pago o pastor que realizou seu casamento em 2009.

 (Com informações da AFP)

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