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Ucrânia: novos ataques russos levam a cortes maciços de água e eletricidade em pleno inverno europeu

Os ataques russos às infraestruturas ucranianas nesta quarta-feira (23) levaram a cortes maciços de energia e água, particularmente na capital Kiev, matando pelo menos seis pessoas e causando a desconexão de três usinas nucleares.

Carros pegando fogo em Kiev após um bombardeio russo, 23 de novembro de 2022.
Carros pegando fogo em Kiev após um bombardeio russo, 23 de novembro de 2022. © AP/Andrew Kravchenko
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De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia disparou cerca de 70 mísseis em direção ao país, dos quais 51 foram abatidos, bem como cinco drones. Eles visavam infraestruturas estratégicas que mantêm as temperaturas durante o inverno em toda a Ucrânia.

Segundo o chefe da polícia nacional, Igor Klymenko, pelo menos seis pessoas foram mortas e 36 ficaram feridas nos bombardeios. Em Kiev, "três pessoas foram mortas. Entre eles está uma menina de 17 anos", disse o prefeito da capital, Vitaly Klitschko, que acrescentou que "onze moradores ficaram feridos" durante os ataques.

O presidente Volodymyr Zelensky lamentou um "resultado trágico", mas prometeu que os ucranianos "superariam tudo". "Incapaz de vencer em uma luta justa com o exército ucraniano, a Rússia está travando uma guerra covarde de terror contra civis", disse o chefe da diplomacia, Dmytro Kuleba. "O terror russo vai falhar. A Ucrânia vai ganhar", acrescentou ele.

Nesta quarta-feira, o presidente ucraniano se dirigirá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York através de uma videoconferência durante uma reunião de emergência que ele mesmo convocou após os novos ataques russos. A informação foi divulgada por dois diplomatas à agência AFP depois que o chefe de Estado ucraniano anunciou no Twitter que havia "instruído" seu embaixador na ONU a solicitar uma "reunião de emergência".

Lviv sem eletricidade

Durante a noite, pelo menos um míssil russo atingiu uma maternidade na pequena cidade de Vilniansk, 15.000 habitantes, na região de Zaporizhia, próxima à linha de frente, relata o correspondente da RFI, Stephane Siohan. A maternidade estava relativamente vazia, mas um bebê nascido em 2022 foi morto no atentado, enquanto sua mãe e um médico foram arrancados dos escombros.

Na região de Kharkiv, a cidade de Kupiansk, libertada pelo exército ucraniano em setembro, também foi bombardeada. Uma clínica e um prédio de apartamentos foram atingidos por foguetes e duas pessoas morreram durante os ataques. 

No oeste do país, "a cidade inteira de Lviv também está sem eletricidade", disse o prefeito. "Estamos esperando mais informações de especialistas. Pode haver interrupções no fornecimento de água", acrescentou ele no Telegram.

Em Kiev, duas centrais elétricas foram atingidas, em Darnytsia e Vydubychyi, áreas suburbanas densamente povoadas. Os projéteis também atingiram um prédio de apartamentos em Vyshgorod, ao norte da capital.

Muito rapidamente, vários bairros tiveram a eletricidade cortada, e o prefeito Vitaly Klitschko indicou que o abastecimento de água em Kiev foi interrompido. Outra consequência dos ataques, que causaram uma queda na frequência do sistema energético ucraniano, foi que três das usinas nucleares do país tiveram que ser desconectadas da rede elétrica.

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