Saindo das sombras, milícia Wagner inaugura primeiro quartel-general em São Petersburgo
Mais conhecido por suas ações violentas e obscuras na Síria, em países da África e na guerra da Ucrânia, o grupo Wagner agora fincou pé em uma das principais cidades da Rússia. O grupo paramilitar inaugurou nessa sexta-feira (4) seu primeiro prédio em São Petersburgo, o Centro SMP Wagner.
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Com informações da Franceinfo
Este é o primeiro quartel-general público desta milícia que trabalha de maneira confidencial e cujos mercenários agem atualmente na Ucrânia, em países da América Latina, na África e no Oriente Médio.
O grande prédio envidraçado de arquitetura moderna deve alugar seus escritórios para outras empresas e abrigar “inventores, designers e desenvolvedores computacionais”, explicou o fundador do grupo Wagner, o empresário russo Evguéni Prigojine, em uma entrevista no final de outubro.
Dentro do novo prédio, drones de uso militar foram colocados em destaque nas salas de exposição.
Com isso, o grupo paramilitar dá um passo mais em sua entrada no mercado russo de segurança privada e de mídia.
Saindo das sombras
Durante anos, Prigojine não respondia publicamente sobre sua relação com a milícia russa, mas recentemente decidiu quebrar o silêncio e confirmou ser o fundador do grupo paramilitar. Desde então, ele criticou diversos líderes do Exército russo e políticos de primeira magnitude no país.
"Evguéni Prigojine e seu grupo ganham em notoriedade, e estão subindo na hierarquia das elites político-econômicas russas", explicou o pesquisador Maxime Audinet, especialista de estratégia russa. "A 'SMP [sociedade militar privada] Wagner' parece estar se tornando uma marca, um objeto de marketing destinado a recrutar novos milicianos".
A bela sede em São Petersburgo poderia servir para ampliar a base de recrutas do grupo paramilitar e, assim, ampliar sua ação.
Em uma rede social, o magnata russo afirmou que o QG deve “aumentar as capacidades defensivas da Rússia” com a possibilidade de abertura de novas “sucursais” conforme o sucesso dessa primeira empreitada. No entanto, os representantes do grupo Wagner presentes na inauguração do prédio negaram a intenção de usar o espaço como centro de recrutamento.
O novo QG e a indefinição de seu uso mantêm o grupo Wagner em uma zona cinza que mistura segurança privada, negócios e terceirização de ações militares da Rússia.
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