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“Nós a amávamos tanto”: imprensa francesa homenageia Elizabeth II, a mais longeva no trono após Luís XIV

A imprensa francesa parou para homenagear a rainha Elizabeth II. As capas de todas os jornais desta sexta-feira (9) trazem fotos de página inteira da soberana. As edições especiais relembram o reinado da mais longeva rainha britânica e apontam os desafios para o rei Charles III.

Brasão Real a meio mastro no portão principal da embaixada britânica em Paris e dois retratos da rainha Elizabeth II são expostos após o anúncio da morte dela, em 8 de setembro de 2022.
Brasão Real a meio mastro no portão principal da embaixada britânica em Paris e dois retratos da rainha Elizabeth II são expostos após o anúncio da morte dela, em 8 de setembro de 2022. AFP - LUDOVIC MARIN
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Le Figaro afirma que a força da rainha “não se compara com o poder de um presidente chinês ou americano; a sua popularidade supera a de qualquer estrela do cinema ou da música pop”. “Elizabeth II era a própria imagem da rocha sobre a qual foi construído o seu reino. (…) O mundo podia tremer, a identidade da Inglaterra ser ameaçada, a sua própria família ser abalada por dramas e escândalos: seu ar sereno e imperturbável tranquilizavam”, escreve o editorial do jornal.

O texto segue com uma confissão: “admitamos: os franceses, mais revoltados, herdeiros de um povo que, outrora, executou o seu rei, não raro se surpreenderam a admirar a dignidade da rainha, e talvez até a invejar esse país cuja soberana era uma grande dama”.

Le Parisien escreve grande na manchete: “nós a amávamos tanto”. O diário ressalta que a monarca era tão admirada pelos súditos por ter sabido reinar, ao longo de 70 anos, com discrição e “profunda dedicação ao seu dever” – que incluía “se calar” mesmo diante das maiores “reviravoltas” no mundo.

Charles III pode "redefinir a monarquia"

Libération observa que, na história, apenas o francês Luís XIV ocupou o trono por mais tempo do que Elizabeth II. O jornal destaca que “a morte dela agora coloca o Reino Unido face ao desconhecido: uma incerteza que será mascarada durante um tempo pelos emocionantes rituais de adeus que só os britânicos sabem fazer. Mas depois destes dias de luto, ficará sozinho diante do seu povo um rei bastante diferente da sua mãe”. Libération diz que, com uma personalidade mais aberta e engajada, Charles III “poderá redefinir a monarquia britânica”.

Le Monde também aponta para o futuro: o novo rei, “uma figura sensível, complexa e, com frequência, ironizada”, terá o desafio de “suceder sem decepcionar”. Le Monde aponta que Charles III é comprometido “sinceramente” com questões contemporâneas como as mudanças climáticas e as desigualdades sociais. Desde o início dos anos 1980, ele combate contra o uso de agrotóxicos na agricultura, por exemplo, e mantém uma fundação de caridade.

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