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Morre o social-democrata italiano David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu, aos 65 anos

O presidente do Parlamento Europeu, o social-democrata italiano David Sassoli, morreu na madrugada de terça-feira (11) na Itália, aos 65 anos, informou seu porta-voz. O parlamentar já tinha tido leucemia no passado e estava novamente com disfunção do sistema imunológico.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, durante uma conferência em Paris, em 9/12/21.
O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, durante uma conferência em Paris, em 9/12/21. Bertrand GUAY POOL/AFP/Archivos
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"David Sassoli morreu em 11 de janeiro às 1h15 no CRO (centro de referência em oncologia) em Aviano, norte da Itália, onde estava internado" desde o final de dezembro, anunciou no Twitter Roberto Cuillo, o porta-voz de David Sassoli. "A data e o local do funeral serão comunicados nas próximas horas", acrescentou.

Na tarde de segunda-feira, seu porta-voz anunciou a hospitalização de Sassoli "devido a uma séria complicação ligada a uma disfunção do sistema imunológico" e o cancelamento de suas atividades oficiais.

Tendo sofrido de leucemia no passado, ele já havia sido hospitalizado no ano passado por pneumonia, tendo ficado afastado do Parlamento Europeu por várias semanas.

Ex-jornalista e apresentador de televisão na Itália antes de se voltar para a política, David Sassoli estava à frente da assembleia de Estrasburgo desde 2019. Seu mandato terminou este mês, no meio da legislatura de cinco anos.

A eleição para sua sucessão, à qual ele questionava há algum tempo se representaria a si mesmo, está marcada para 18 de janeiro.

O seu grupo, os Social-Democratas (S&D), a segunda força política do Parlamento Europeu, desistiu em meados de dezembro de apresentar um candidato, abrindo caminho à eleição da candidata do PPE (à direita), a atual primeira vice-presidente do Parlamento, a maltesa Roberta Metsola.  

"Verdadeiro Democrata" 

Entrevistado pelo canal de televisão Rai News 24, Roberto Cuillo homenageou "um homem bom, tenaz e combativo", com "atenção constante aos mais vulneráveis". "Ele era um verdadeiro democrata. Ele acreditava no encontro de culturas diferentes", acrescentou.

O ministro italiano da Cultura, Dario Franceschini (Partido Democrático, PD), prestou homenagem a ele no Twitter, com a mensagem, "Ciao David, amigo de uma vida", acompanhada de uma foto de David Sassoli.

Muitos internautas, incluindo várias figuras políticas na Itália, mostraram seu apoio a David Sassoli nas redes sociais, usando a hashtag #ForzaDavid ("Coragem, David"), junto a mensagens de apoio de autoridades de instituições europeias e eurodeputados.

Membro do Parlamento Europeu desde 2009, com uma tentativa fracassada nas eleições municipais de Roma em 2013, David Sassoli foi eleito presidente do Parlamento Europeu em julho de 2019, na sequência de negociações entre as principais forças políticas europeias para os cargos de responsabilidade na UE.

A direita, que havia obtido a presidência da Comissão com Ursula von der Leyen, e os liberal-centristas, representados no Conselho por Charles Michel, também votaram nele.

Pandemia

Mas o seu mandato, no qual esteve muito envolvido, foi rapidamente minado pela crise sanitária, que obrigou o Parlamento Europeu a trabalhar remotamente.

Por solidariedade em meio à pandemia, David Sassoli disponibilizou as instalações desertas do Parlamento, tanto em Estrasburgo como em Bruxelas, para a preparação de refeições para pessoas necessitadas, um centro de testes e refúgio para mulheres isoladas.

Os eurodeputados expressaram a sua emoção logo após a notícia da morte ser anunciada. "Estou extremamente triste. O seu trabalho para modernizar o Parlamento desde o início foi visionário e espero que possamos completar as tarefas que ele empreendeu", reagiu a eurodeputada dinamarquesa Karen Melchior (Renovar, liberais).

"Meu coração está partido. A Europa perdeu um líder, eu perdi um amigo, a democracia perdeu um campeão", disse a eurodeputada maltesa Roberta Metsola, que deve sucedê-lo.

Discreto, mas firme em seus debates tanto em Estrasburgo, quanto em Bruxelas, David Sassoli recebeu "apoio unânime" de seu grupo político em novembro para concorrer a um segundo mandato. Mas ele não se declarou oficialmente candidato na época e seu estado de saúde deixou dúvidas sobre essa candidatura.

O grupo preferiu, em meados de dezembro, desistir de apresentar um candidato.

(com informações da AFP)

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