Alemanha não descarta radicalização islâmica de autor de ataque que deixou três mortos
Os investigadores alemães não excluem neste sábado (26) que o jovem que matou três pessoas na sexta-feira (25), em Wurzburg, sul do país, tenha se radicalizado. Problemas psiquiátricos do autor do ataque com faca também estão sendo investigados.
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O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse que está "em choque" após o "horrível ato de violência", no qual o agressor mostrou uma "brutalidade extrema".
Neste sábado, moradores da cidade de 130.000 habitantes depositaram flores e velas no local do ataque. As três vítimas fatais do ataque, que começou em uma loja do centro de Wurzburg, eram mulheres. Cinco pessoas também ficaram feridas.
Antes que a polícia capturasse o agressor, ele foi impedido de continuar esfaqueando pessoas por pedestres que estavam no local. O jovem de nacionalidade somali chegou à Alemanha em 2015 e está legalmente no país.
Problemas psiquiátricos
O ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, revelou na sexta-feira (25) que o agressor de 24 anos, que nasceu na Somália, era conhecido há meses por atos de violência e problemas mentais. Também havia sido internado recentemente em um hospital psiquiátrico.
Herrmann disse que uma testemunha relatou que o agressor gritou "Alá Akbar" (Alá é grande) no momento do ataque. As equipes de emergência afirmaram que o somali mostrou uma "brutalidade realmente incrível".
Até agora, a Procuradoria Nacional Antiterrorista ainda não assumiu a investigação. A polícia da região não confirmou, até agora, se encontrou na casa do suspeito, um centro para pessoas sem residência fixa, material de propaganda do grupo Estado Islâmico, indicou a imprensa alemã. Dois telefones celulares estão sendo analisados.
O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, ressaltou que a investigação irá revelar as motivações do agressor. “O que é certo, é que este ataque horrível foi contra toda a humanidade e contra todas as religiões”, tuítou o porta-voz.
Extrema direita
O partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha (AfD) utilizou o incidente para denunciar "assassinatos islamistas com faca no coração da Alemanha". Para a AfD, que desenvolveu grande parte de seu discurso com a rejeição ao islã e a imigração, este ataque é "mais uma nova prova do fracasso da política migratória de (Angela) Merkel".
A política migratória da chanceler alemã, que deixará o cargo após as eleições legislativas de setembro, serviu de trampolim para que a extrema direita entrasse com força na Câmara dos Deputados em 2017.
Após o ataque de sexta-feira, o candidato dos conservadores e possível sucessor de Merkel como chefe de governo, Armin Laschet, expressou "grande respeito pelos corajosos cidadãos que atuaram rapidamente" para controlar o agressor.
A candidata dos Verdes, Annalena Baerbock, também agradeceu as equipes de emergência e os cidadãos "corajosos" que intercederam no momento.
Detalhes do ataque
O ataque aconteceu no fim da tarde, em uma loja do centro da cidade. O jornal Bild informou que o homem roubou uma faca e atacou várias pessoas no local, matando três pessoas na loja. Depois, ele seguiu para um banco, onde feriu outras vítimas.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o agressor, descalço, com uma faca na mão, na rua. Várias pessoas tentam detê-lo com cadeiras e pedaços de pau. A polícia conseguiu prender o jovem após atirar em sua perna.
(Com AFP)
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