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Alemanha não descarta radicalização islâmica de autor de ataque que deixou três mortos

Os investigadores alemães não excluem neste sábado (26) que o jovem que matou três pessoas na sexta-feira (25), em Wurzburg, sul do país, tenha se radicalizado. Problemas psiquiátricos do autor do ataque com faca também estão sendo investigados.

Policiais continuam presentes no local do ataque com faca no centro de Wurtzbourg, neste sábado 26 de junho de 2021.
Policiais continuam presentes no local do ataque com faca no centro de Wurtzbourg, neste sábado 26 de junho de 2021. AP - Michael Probst
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O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse que está "em choque" após o "horrível ato de violência", no qual o agressor mostrou uma "brutalidade extrema".

Neste sábado, moradores da cidade de 130.000 habitantes depositaram flores e velas no local do ataque. As três vítimas fatais do ataque, que começou em uma loja do centro de Wurzburg, eram mulheres. Cinco pessoas também ficaram feridas.

Antes que a polícia capturasse o agressor, ele foi impedido de continuar esfaqueando pessoas por pedestres que estavam no local. O jovem de nacionalidade somali chegou à Alemanha em 2015 e está legalmente no país.

Problemas psiquiátricos

O ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, revelou na sexta-feira (25) que o agressor de 24 anos, que nasceu na Somália, era conhecido há meses por atos de violência e problemas mentais. Também havia sido internado recentemente em um hospital psiquiátrico.

Herrmann disse que uma testemunha relatou que o agressor gritou "Alá Akbar" (Alá é grande) no momento do ataque. As equipes de emergência afirmaram que o somali mostrou uma "brutalidade realmente incrível".

Até agora, a Procuradoria Nacional Antiterrorista ainda não assumiu a investigação. A polícia da região não confirmou, até agora, se encontrou na casa do suspeito, um centro para pessoas sem residência fixa, material de propaganda do grupo Estado Islâmico, indicou a imprensa alemã. Dois telefones celulares estão sendo analisados.

O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, ressaltou que a investigação irá revelar as motivações do agressor. “O que é certo, é que este ataque horrível foi contra toda a humanidade e contra todas as religiões”, tuítou o porta-voz.

Extrema direita

O partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha (AfD) utilizou o incidente para denunciar "assassinatos islamistas com faca no coração da Alemanha". Para a AfD, que desenvolveu grande parte de seu discurso com a rejeição ao islã e a imigração, este ataque é "mais uma nova prova do fracasso da política migratória de (Angela) Merkel".

A política migratória da chanceler alemã, que deixará o cargo após as eleições legislativas de setembro, serviu de trampolim para que a extrema direita entrasse com força na Câmara dos Deputados em 2017.

Após o ataque de sexta-feira, o candidato dos conservadores e possível sucessor de Merkel como chefe de governo, Armin Laschet, expressou "grande respeito pelos corajosos cidadãos que atuaram rapidamente" para controlar o agressor.

A candidata dos Verdes, Annalena Baerbock, também agradeceu as equipes de emergência e os cidadãos "corajosos" que intercederam no momento.

Detalhes do ataque

O ataque aconteceu no fim da tarde, em uma loja do centro da cidade. O jornal Bild informou que o homem roubou uma faca e atacou várias pessoas no local, matando três pessoas na loja. Depois, ele seguiu para um banco, onde feriu outras vítimas.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o agressor, descalço, com uma faca na mão, na rua. Várias pessoas tentam detê-lo com cadeiras e pedaços de pau. A polícia conseguiu prender o jovem após atirar em sua perna.

(Com AFP)

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