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Brexit reacende conflito entre as Irlandas em mais uma noite de violência

Apesar dos pedidos de calma feitos por Londres, Dublin e Washington, a capital da Irlanda do Norte, Belfast, foi palco novamente de atos de violência na noite desta quinta-feira (8). O Brexit reacende um conflito que estava apaziguado há anos.

Manifestação em Belfast, na Irlanda do Norte. Em 8 de abril de 2021.
Manifestação em Belfast, na Irlanda do Norte. Em 8 de abril de 2021. REUTERS - JASON CAIRNDUFF
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Pedras e coquetéis molotov contra jatos d'água: manifestantes e policiais da tropa de choque entraram novamente em confronto. Os embates dos últimos dias já deixaram mais de 50 policiais feridos e fazem ressurgir o clima das três sangrentas décadas do conflito entre católicos nacionalistas – que defendem uma reunificação com a República da Irlanda – e os protestantes, fiéis ao governo britânico.

O acordo de paz firmado em 1998 assinalou a fronteira entre a província britânica e a República da Irlanda. Mas o Brexit enfraqueceu este delicado equilíbrio, exigindo a introdução de controles alfandegários entre o Reino Unido e a União Europeia.

O pano de fundo da revolta é o deslocamento dos controles de mercadorias provenientes do Reino Unido a portos e aeroportos da Irlanda do Norte. Para os protestantes, esse é um primeiro passo para a reunificação. Na quinta-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, pediram calma à população e classificaram as violências de "inaceitáveis".

A província britânica é agitada por confrontos sem precedentes desde 1998, com um grande número de projéteis atirados contra a polícia e vários veículos incendiados, principalmente em áreas de maioria protestante. O primeiro-ministro britânico já havia condenado os confrontos na Irlanda do Norte, depois que manifestantes jogaram coquetéis molotov e incendiaram um ônibus, em Belfast, na noite de quarta-feira (7).

Esta violência traz à tona a lembrança das 3.500 mortes ocorridas durante os 30 anos de "perturbações" entre republicanos, principalmente católicos a favor da reunificação com a Irlanda, e sindicalistas protestantes, fervorosos defensores da adesão ao Reino Unido.

(Com informações da AFP)

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