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Casos de Covid explodem na Côte d'Azur e França impõe lockdown regional em fins de semana

É mais uma tentativa do governo francês de frear a epidemia de Covid-19, desta vez com uma medida de abrangência local na famosa Côte d'Azur, região litorânea no sul do país. O foco das restrições é o departamento dos Alpes Marítimos, onde fica a cidade balneária de Nice e onde o número de casos de contaminação por 100 mil habitantes ultrapassa a média nacional. Contudo, as novas medidas não são unanimidade.

A área litorânea afetada pelo lockdown inclui as praias de Nice,  Cannes e Antibes.
A área litorânea afetada pelo lockdown inclui as praias de Nice, Cannes e Antibes. Valery HACHE AFP/File
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Para diminuir as transmissões, o governo decidiu impor um lockdown nos próximos dois fins de semana, que coincidem com os últimos dias das férias escolares de inverno na França. A medida será aplicada nas localidades costeiras de todo o departamento dos Alpes Marítimos, das cidades de Menton a Théoule-sur-Mer, onde se concentram 90% da população. Também é nessa região que ficam outras cidades turísticas famosas, como Cannes e Antibes.

As viagens serão proibidas de sexta-feira, às 18h, até a segunda-feira, às 6h. Os moradores dessas áreas estão autorizados a passeios de no máximo uma hora, em um raio de 5 quilômetros ao redor de suas casas, mediante a apresentação de um certificado justificando o motivo da saída (fazer compras de produtos essenciais, ir ao médico, passeio com animais domésticos e caminhadas).

Todo o comércio não essencial deverá fechar as portas durante os fins de semana em que durarem as restrições, exceto as lojas do setor de alimentos, os postos de gasolina e farmácias. O uso de máscara de proteção será obrigatório nos locais de grande concentração de pessoas, e ouvir música alta ou consumir bebidas alcoólicas nas vias públicas será proibido.

O anúncio das novas medidas acontece num momento em que a taxa de incidência de casos de Covid-19 é de 588 por 100 mil habitantes, três vezes superior à média nacional, de acordo com a Agência regional de Saúde da Provence-Alpes-Côte d’Azur.

Mais restrição no comércio

Os centros comerciais de mais de 5.000 m² deverão fechar as portas em todo o departamento dos Alpes Marítimos. Porém, as empresas atingidas pelo confinamento poderão fazer entregas em domicílio ou vender produtos para serem apenas retirados nas lojas. Estabelecimentos com mais de 400m² poderão permanecer abertos, mas o número de pessoas em seu interior será controlado: a exigência é de 15m² por visitante.

Os controles fronteiriços também serão intensificados, nessa região que faz fronteira terrestre com Mônaco e com a Itália. As autoridades informam que poderão realizar testes PCR de diagnóstico da Covid-19 de forma aleatória nos aeroportos de Nice e Cannes.

O plano recebeu críticas

O fechamento das atividades apenas durante os finais de semana na região dos Alpes Marítimos gerou críticas.

“A noção de confinamento no final de semana não existe. O vírus não vai parar de circular sábado e domingo”, lamentou a infectologista Véronique Mondain em entrevista à Rádio France Info. “Os serviços de UTI estão praticamente cheios há várias semanas”, completou. Os hospitais estão sob pressão, perto da saturação, e a tensão nas unidades de terapia intensiva nunca foi tão grande desde o início da pandemia.

A situação nos Alpes-Marítimos começou a piorar no final de dezembro e desde então a curva de contaminações tem aumentado continuamente. Ainda não se sabe se o crescimento está relacionado a um relaxamento dos gestos de proteção, se é devido à chamada variante britânica do coronavírus (mais contagiosa) ou ainda se as viagens a Mônaco e a Itália podem ter tido algum impacto. Se as razões para essa aceleração da epidemia não são claras, o desafio é conter essa dinâmica por meio de medidas regionais, o que acontece pela primeira vez na França.

Aceleração da campanha de vacinação

As autoridades dos Alpes Marítimos ainda prometeram intensificar o ritmo da campanha de vacinação, com o recebimento de 4.500 doses adicionais do imunizante da Pfizer. Além disso, a possibilidade de vacinação será oferecida a pessoas de 50 a 64 anos com doenças prévias.

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