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Rússia recebe representante de Bruxelas e, no mesmo dia, expulsa diplomatas que apoiaram Navalny

A Rússia anunciou nesta sexta-feira (5) a expulsão de diplomatas da Alemanha, Polônia e Suécia, acusando-os de terem participado de manifestações a favor do opositor Alexei Navalny. A decisão foi anunciada no mesmo momento em que Moscou recebia a visita do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell (e), foi informado da expulsão dos diplomatas da Alemanha, Polônia e Suécia durante seu encontro com o chanceler russo, Sergei Lavrov (d).
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell (e), foi informado da expulsão dos diplomatas da Alemanha, Polônia e Suécia durante seu encontro com o chanceler russo, Sergei Lavrov (d). via REUTERS - RUSSIAN FOREIGN MINISTRY
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Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, os diplomatas, cujo número não foi especificado, teriam participado dos protestos "ilegais de 23 de janeiro" em São Petersburgo e Moscou. O Kremlin disse que essas ações são consideradas “inaceitáveis e incompatíveis com o status diplomático".

A Suécia julgou "completamente infundada" a decisão da Rússia de expulsar um de seus diplomatas. O ministério das Relações Exteriores sueco informou que Estocolmo "se reserva o direito de reagir adequadamente".

O chefe da diplomacia Europeia, Josep Borrell, foi informado sobre as expulsões durante uma reunião com o chanceler russo, Sergei Lavrov. De acordo com uma declaração emitida em Bruxelas por seu porta-voz, Peter Stano, o representante europeu condenou energicamente as autoridades russas e disse que a decisão de Moscou "deve ser reconsiderada".

A visita de Borrell é cheia de simbolismo, pois acaba com o congelamento dos contatos entre a Rússia e a Europa, que começou em 2017, apesar da tensão provocada pelo caso Navalny. No momento do encontro, Moscou e Bruxelas (UE) prometeram buscar vias de cooperação, apesar das profundas divergências. Em razão da prisão do opositor, Borrell disse que a relação entre as duas partes enfrenta atualmente o seu "menor" nível.

Navalny: "situação nociva que não beneficia ninguém", diz Lavrov

"Constatamos nossa disposição de cooperar de forma pragmática quando há um interesse comum", afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, após uma reunião com Borrell em Moscou.

Sem citar o nome de Navalny, que estava sendo julgado no mesmo dia, o chanceler russo expressou a disposição de abordar "qualquer tema", porém responsabilizou os europeus pela tensão, "uma situação nociva que não beneficia ninguém".

A UE, como boa parte da comunidade internacional, denunciou nos últimos meses o envenenamento de Navalny em agosto na região russa da Sibéria com um agente neurotóxico do tipo Novichok e a brutal repressão dos recentes protestos da oposição, críticas que Moscou chamou de "interferência".

(Com informações da AFP)

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