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UE aumenta pressão sobre laboratórios para assegurar entrega de vacinas

A União Europeia (UE) autorizou nesta sexta-feira (29) a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 e intensificou a pressão sobre os laboratórios para assegurar as entregas. O bloco quer acelerar a lenta imunização da população europeia contra o vírus e suas novas cepas, que pode provocar uma terceira onda e saturar os hospitais. 

A União Europeia pressiona os fabricantes para obter as doses necessárias da vacina contra a Covid-19
A União Europeia pressiona os fabricantes para obter as doses necessárias da vacina contra a Covid-19 REUTERS - DADO RUVIC
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"Espero que a empresa entregue as 400 milhões de doses, como ficou combinado", afirmou no Twitter a chefe do Executivo europeu, Ursula von der Leyen. O CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, prometeu que "uma primeira entrega de ao redor de 3 milhões de doses deveria ser enviada nos próximos dias".

A vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford é a terceira que poderá ser distribuída entre os 27 países da UE, após obter a aprovação da Agência Europeia de Medicamentos, depois da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

Os países da UE aguardavam a decisão do órgão regulador regional, sediado em Amsterdã, e questionavam se seguiriam o exemplo da comissão alemã, que havia desaconselhado o uso da vacina da AstraZeneca em maiores de 65 anos, reiterada nesta sexta-feira.

Paralelamente, o laboratório britânico também anunciou a impossibilidade de entregar mais de "um quarto" das doses inicialmente previstas para a UE, irritando os líderes europeus.

 A França pediu um esclarecimento da situação e sustentou que os europeus não podem ser sancionados em benefício de um outro país. Para aumentar a pressão, a Comissão Europeia publicou em seu site, nesta sexta-feira, o contrato no qual a AstraZeneca se compromete a cumprir os prazos e se coloca à disposição das fábricas britânicas.

Algumas partes foram omitidas em respeito às cláusulas de confidencialidade. A Comissão também anunciou um mecanismo de controle da exportação de vacinas contra a Covid do território europeu para impedir que saiam da UE, mas excluiu a Irlanda do Norte, após as críticas dos britânicos sobre a violação dos acordos assinados no âmbito do Brexit.

A UE preveniu que, de qualquer forma, impedirá que "o trânsito de vacinas para países terceiros seja utilizado abusivamente para burlar os efeitos do sistema de autorização".

A Agência Europeia do Medicamento também disse que espera receber "em breve" um pedido de autorização da vacina desenvolvida pela Johnson & Johnson, que nesta sexta informou que seu imunizante havia alcançado uma eficácia de 66% em testes clínicos.

A Hungria, por sua vez, se tornou nesta sexta o primeiro país da UE a autorizar a vacina do laboratório chinês Sinopharm, pedindo imediatamente cinco milhões de doses.

Países pobres são esquecidos

Em meio à situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta sexta-feira (29) que, como já ocorreu em outras epidemias, os países pobres não aguardem os ricos vacinarem suas populações.

"Se não compartilharmos as vacinas, haverá três problemas maiúsculos", advertiu o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Primeiro: um fracasso moral catastrófico; dois, a expansão da pandemia; e três, uma recuperação econômica muito lenta".

Cerca de 63% das doses foram administradas em países ricos (da Europa, Estados Unidos e países do Golfo), que concentram 16% da população mundial. Mais de 86,5 milhões de doses foram administradas em pelo menos 73 países ou territórios.  

Paralelamente, variantes mais contagiosas e cada vez mais mortais da Covid-19 estão se espalhando por todo o mundo, o que representa um problema para a eficácia das vacinas.

 A França fechará neste domingo (31) suas fronteiras com países fora da UE, enquanto a Alemanha proibirá a partir do sábado as entradas ao seu território de pessoas provenientes de cinco países afetados pelas diferentes variantes da Covid-19.

 

 

 

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