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Diretor da BioNTech alerta para possível ruptura de estoque da vacina da Pfizer

A empresa alemã de biotecnologia BioNTech, parceira da Pfizer na vacina contra a Covid-19, trabalha para intensificar sua produção, mas alertou sobre uma possível ruptura de estoque até que outras vacinas estejam disponíveis na União Europeia.

União Europeia encomendou 300 milhões de doses da vacina da Pfizer.
União Europeia encomendou 300 milhões de doses da vacina da Pfizer. REUTERS
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A União Europeia lançou sua campanha de vacinação em 27 de dezembro – a imunização da Pfizer foi a única autorizada até agora pelas agências reguladoras. Poucos dias depois, houve atraso nas entregas. O problema foi rapidamente resolvido, mas em algumas regiões alemãs alguns centros de vacinação tiveram que fechar temporariamente.

"Não há outras vacinas aprovadas e temos que satisfazer a demanda com nosso produto", declarou Ugur Sahin, diretor-geral da BioNTech, à revista alemã Spiegel. A vacina do grupo Moderna, que também utiliza a nova tecnologia do ARN mensageiro, deve ser aprovada em 6 de janeiro pela Agência Europeia dos Medicamentos.

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, pediu à agência que aprove rapidamente a terceira vacina, produzida pela universidade britânica de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, que foi autorizada nesta semana pela Grã-Bretanha. Ela é mais fácil de ser conservada, mas utiliza outra tecnologia. Segundo ao laboratório, ela é 100% eficaz contra formas graves da Covid-19.

Nova linha de produção

O oncologista Ugur Sahin fundou a BioNTech com sua esposa, Oezlem Tuereci. Desde o início, eles criticaram a estratégia europeia de diversificar as encomendas entre inúmeros fornecedores, o que atrasou a produção. Os Estados Unidos compraram 600 milhões de doses da vacina em julho, enquanto a UE esperou até novembro para encomendar a metade.

A empresa alemã deve inaugurar em fevereiro uma fábrica em Mauburg, na Alemanha, que deverá produzir outras 250 milhões de doses durante o primeiro semestre. Sahin também explicou que a empresa trabalha em uma nova versão do produto, mais fácil de manipular. A vacina da Pfizer deve ser conservada a mais de 70ºC negativos, o que complica o armazenamento, o transporte e a distribuição do produto. Uma nova versão da fórmula, que suportaria temperaturas mais elevadas, pode ficar pronta até setembro.

A cofundadora da BioNTech, Ozlem Tureci, também explicou que a empresa deve assinar contratos com outros cinco fabricantes farmacêuticos na Europa para aumentar a produção e outras negociações estão sendo feitas com empresas especializadas. "Até o final de janeiro, vamos esclarecer qual quantidade a mais poderemos produzir", declarou. Inicialmente, a Pfizer e a BioNTech esperavam entregar 1,3 bilhão de doses no mundo, o suficiente para proteger 650 milhões de pessoas. Para ter eficácia, a imunização requer duas injeções num intervalo de três semanas. 

O representante da BioNTech/Pfizer voltou a dizer que a vacina deve ser eficaz contra a nova cepa do vírus, descoberta recentemente e que parece mais contagiosa, mas ainda não pode fazer essa afirmação com certeza. "Estamos fazendo testes para saber se nossa vacina vai funcionar contra essa variante. Saberemos rapidamente", declarou. Se a mutação do vírus for mais complexa do que o esperado, serão necessárias seis semanas para modificar o produto, afirmou. Novas autorizações de uso também podem ser necessárias, estima.

OMS dá aprovação emergencial

A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu nesta quinta-feira (31) sua primeira aprovação emergencial desde o início da pandemia para a vacina Pfizer-BioNTech, o que facilitará o uso do imunizante em países que ainda não a validaram, informou a organização.

"É um passo muito positivo garantir o acesso universal às vacinas contra a Covid-19", afirmou a brasileira Mariangela Simão, diretora responsável pelo acesso a medicamentos desta agência da ONU, segundo o comunicado.

O procedimento, que pode ser utilizado pela OMS em caso de emergência sanitária, permite que países que não dispõem de meios para determinar rapidamente a eficácia e segurança de um medicamento tenham acesso mais rápido aos tratamentos. A estratégia também permite que o Unicef, órgão da ONU responsável por grande parte da logística de distribuição da vacina em todo o mundo, e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) comprem a vacina para distribuição em países pobres, segundo a nota.

No entanto, Simão enfatizou que "um esforço ainda maior é necessário para garantir que doses suficientes de vacinas estejam disponíveis para atender às necessidades das populações prioritárias em todo o mundo". A vacina Pfizer-BioNTech já vem sendo usada há várias semanas no Reino Unido, mas também na União Europeia, nos Estados Unidos e na Suíça, entre outros países. Vários milhões de pessoas já foram vacinadas com o imunizante, de eficácia estimada em 95%.

(RFI e AFP)

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