Covid-19: Alemanha ultrapassa mil mortes diárias e Reino Unido bate recorde de casos
A Alemanha, que registrou nesta quarta-feira (30) um recorde de mortes diárias vinculadas à Covid-19, está "ainda muito longe" de voltar à normalidade, alertou o governo antes de aplicar novas restrições. Já no Reino Unido, o número de casos positivos registrados em um único dia chegou a 53.135 na terça-feira (29).
Publicado em:
Por muito tempo considerada como "boa aluna" europeia na gestão da pandemia, a Alemanha conta agora com "taxas de infecção e de mortalidade [que] mostram que ainda estamos longe da normalidade", lamentou o ministro da Saúde, Jens Spahn.
Nas últimas 24 horas foram detectados 22.459 novos casos. Os contágios quase não diminuíram em uma semana (24.740 em 23 de dezembro).
O país superou o número de mil mortos em 24 horas, com um total de 1.129 mortes documentadas nesta quarta-feira, segundo o instituto Robert Koch.
Novas restrições
O recorde anterior no número de mortos era da quarta-feira da semana passada (23), com 962 mortos. No total, 32.107 pessoas perderam a vida pelo coronavírus na Alemanha desde o início da pandemia.
A situação é particularmente crítica na Saxônia, estado federal na área da antiga Alemanha Oriental, que durante muito tempo resistiu às restrições e cuja taxa de incidência atingiu 330 casos a cada 100.000 habitantes nos últimos sete dias.
Baviera, Berlim ou Brandeburgo, a região ao redor da capital, também não conseguiram controlar a pandemia.
O atual lockdown parcial deve ser prolongado para depois de 10 de janeiro, com o fechamento de todos os comércios não essenciais, das escolas, e uma recomendação para privilegiar o trabalho remoto a qualquer custo.
Angela Merkel, que na quinta-feira (31) fará o seu último discurso de felicitações de Ano Novo como chanceler, e os líderes dos 16 estados da Federação, discutirão em 5 de janeiro por videoconferência uma eventual prorrogação das medidas.
As festas de fim de ano também serão reduzidas para a capacidade mínima: estarão proibidas a venda de fogos de artifício e as reuniões.
A Alemanha aposta em uma campanha dinâmica de vacinação, começando pelas casas de repouso, antes de implementar grandes centros que possam administrar diariamente a vacinação de vários milhares de pessoas.
"Mais de 60 mil" pessoas vacinadas
O governo enfrenta críticas, apesar do início, no sábado (26), de uma campanha que permitiu a vacinação de mais de 60.000 pessoas.
O Bild, jornal mais lido na Alemanha, atacou especialmente a equipe da chanceler por ter "contado demais com a União Europeia" para fazer o pedido das doses e ter privilegiado apenas a vacina da Pfizer-BioNTech, em detrimento do produto da Moderna.
Na ausência de uma reserva suficiente de doses, o maior centro de vacinação de Berlim fechou na terça-feira (29) apenas dois dias após sua abertura.
"Mais de 60.000 alemães já foram vacinados. O início da vacinação foi um sucesso", defendeu o ministro da Saúde. "Sim, há dificuldades, mas a maior campanha de vacinação da história começou com sucesso", insistiu.
A Alemanha conta, segundo Spahn, com mais de 130 milhões de doses das vacinas BioNTech e da Moderna.
Reino Unido preocupa
A pandemia de coronavírus provocou quase 1,8 milhão de óbitos no mundo e mais de 81 milhões de contágios, segundo um balanço da AFP. As autoridades temem que as viagens pelas festas de fim de ano aumentem ainda mais a propagação da doença.
Um dos países mais afetados da Europa, com mais de 71.500 vítimas fatais, o Reino Unido enfrenta um aumento das infecções atribuído a uma variante do vírus. Segundo um estudo britânico, ela é mais contagiosa (entre 50% e 74%) e está sendo detectada em vários países.
O número de novos testes positivos registrados em um único dia chegou a 53.135 na terça-feira (29), um recorde. No total, mais de 2,3 milhões de pessoas tiveram teste positivo no Reino Unido.
(Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro