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O mundo vive um Natal com restrições

O Natal de 2020 não será o mesmo e o mundo se prepara nesta quinta-feira (24) para passar as festividades com as restrições da pandemia de Covid-19. Vários países voltaram à quarentena para frear a segunda onda de contaminações, enquanto as autoridades recomendam a realização de ceias com um número reduzido de pessoas.

Prefeitura de Paris decorada para o Natal. Em 20 de dezembro de 2020. REUTERS/Gonzalo Fuentes
Prefeitura de Paris decorada para o Natal. Em 20 de dezembro de 2020. REUTERS/Gonzalo Fuentes REUTERS - GONZALO FUENTES
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Em vários locais, a tradicional missa do galo acontece este ano mais cedo. No Vaticano, o Papa Francisco preside a celebração às sete e meia da noite, pelo horário local, três e meia da tarde, pelo horário de Brasília, para um número limitado de presentes. A missa da meia noite na Basílica da Natividade, em Belém, na Cisjordânia, não terá público.

Na França, as igrejas fazem várias missas de Natal para respeitar o número reduzido de fiéis imposto pelo governo. Dois meses após o atentado à Basílica de Nice, no fim de outubro, em que morreu a brasileira Simone Barreto Silva, a segurança nos locais de culto será reforçada em todo o país, indicou o ministro do Interior. Excepcionalmente, o toque de recolher, em vigor desde 15 de dezembro, será suspenso esta noite.

Macron sai do isolamento

Por recomendação das autoridades de saúde da França, as festas de Natal devem ter apenas seis adultos por casa, com distanciamento e aeração dos ambientes regularmente.

“Ficaremos num grupo pequeno, meu marido, eu e os filhos. Não convidamos ninguém e não vamos visitar ninguém”, disse uma francesa ouvida pela RFI.

“Vamos ter atenção, porque normalmente vamos ver os avós e há perigo para os mais vulneráveis”, afirmou outra entrevistada.

É o que orienta o governo do presidente Emmanuel Macron, que testou positivo para a Covid-19 na semana passada. Ele sai do isolamento de sete dias e já poderá passar o Natal em família. Segundo o comunicado oficial do Palácio do Eliseu, “o presidente não apresenta mais os sintomas da Covid-19”.  

Natal na estrada

Já milhares de caminhoneiros devem passar o Natal bloqueados no porto de Dover, no sudeste da Inglaterra, ou nas estradas que levam a esse principal portão de acesso de mercadorias entre os dois países. Após o acordo que permitiu a reabertura do tráfego marítimo entre o Reino Unido e a França, na quarta-feira (23), a retomada das atividades ainda é lenta e as filas de espera são longas no porto inglês.

"Todos nos dizem para vir aqui e esperar, mas não queremos esperar!" lamentava Ezdrasz Szwaja, um motorista polonês parado no antigo aeroporto de Manston, onde os caminhoneiros são submetidos a um teste de Covid-19. "Não temos informação nenhuma. Eu tenho dois filhos pequenos e uma mulher. Eu só quero ir para a Polônia”, pediu.

Segundo as autoridades britânicas, cerca de cinco mil motoristas ainda estão parados no local, depois que a França e vários outros países fecharam a fronteira com o Reino Unido, no domingo (20), após o aparecimento no país de uma nova variante do coronavírus, mais contagiosa. Para entrar na França, todas as pessoas provenientes da Grã-Bretanha têm agora de apresentar um teste negativo de Covid-19.

“Pela quantidade de caminhões que estão parados no Reino Unido, é pouco provável que todos poderão voltar antes das festas de Natal”, disse Sébastien Rivera, da Federação dos Transportadores rodoviários de Pas de Calais. “Eles estão sob condições deploráveis e que precisam ser denunciadas: estão parados nas rodovias e em um antigo aeroporto, sem nenhuma comodidade, com poucos banheiros e sem alimentação”, acrescenta.

Final triste, para um ano triste

A Austrália, que chegou a ser citada como um exemplo de boa gestão de saúde, enfrenta agora um ressurgimento de casos de Covid-19, no norte de Sydney. Neste Natal, os moradores só podem convidar dez adultos para suas casas. E apenas cinco se viverem no “epicentro” da contaminação.

Nas Filipinas, no sudeste da Ásia, algumas pessoas optaram por passar as festas sozinhas para evitar o risco de contrair o coronavírus no transporte público. “Vou pedir comida, assistir filmes antigos e fazer uma chamada por vídeo com minha família”, diz Kim Patria, 31, que mora sozinha em Manila.

Desde o início da epidemia, o coronavírus já matou mais de 1,7 milhão de pessoas nos cinco continentes, e os novos surtos que continuam a aparecer lembram que, apesar da chegada das primeiras vacinas, a vida ainda deve demorar para voltar ao seu curso normal.

“Vamos festejar o Natal, mas não com aquele espírito natalino de sempre”, disse um francês ouvido pela reportagem da RFI nesta quinta-feira.

Na Europa, o inverno começa com preocupação em vários países, com o ressurgimento de casos da Covid-19. A Alemanha foi forçada a cancelar seus famosos mercados de Natal e o comércio tem perdas. Jimmy Arslan, dono de dois cafés nos bairros mais atingidos, viu uma queda de 75% no faturamento. E não poderá contar com a presença de sua família para animar o fim de ano: eles moram em Camberra e, portanto, não tiveram permissão para fazer a viajar no Natal. "É de partir o coração", diz ele. "É um final triste, para um ano triste." “Devemos todos receber 2021 e chutar 2020 para longe”, ri o empresário, de 46 anos.

Uma notícia de esperança vem dos comerciantes de Paris, que comemoram uma retomada significativa nos volumes de negócios especialmente por conta de clientes engajados em colaborar com os pequenos comércios locais, uma tendência que parece ditar o clima de festas de fim de ano na capital francesa. 

Áustria abre pistas de esqui

Conforme prometido pelo governo, no início de dezembro, a Áustria permitiu a abertura de estações de esportes de inverno nesta quinta-feira (24), apesar de um terceiro lockdown no país,  anunciado na semana passada. Assim, dois dias antes das novas restrições para combater a pandemia, o país autorizou que mais de  400 estações de esqui retomassem as suas atividades.

O governo afirma que o esqui, sendo um esporte ao ar livre, pode ser praticado com segurança se forem tomadas as devidas precauções. No entanto, hotéis, bares e restaurantes permanecem fechados.

 

 

 

 

 

 

 

 

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