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Número de jovens com Covid-19 aumenta na Suécia e governo teme a contaminação dos idosos

Como em vários países europeus, a recrudescência nos números de novos casos de Covid-19 na Suécia atinge principalmente os mais jovens. No entanto, como o país impôs poucas medidas restritivas desde o início da pandemia, o governo teme que essa população, que vive normalmente, inclusive organizando diversas festas, contamine os mais idosos com quem possam ter contato. Para conter a propagação do vírus entre as diferentes gerações, iniciativas estão sendo implementandas visando os estudantes, que nem sempre respeitam as recomendações sanitárias.

Estudados suecos durante celebração em junho em Estocolmo.
Estudados suecos durante celebração em junho em Estocolmo. Jessica GOW / TT News Agency / AFP
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Frédéric Faux, correspondente da RFI em Estocolmo

Os 400 mil estudantes suecos não são os únicos responsáveis pela alta recente das contaminações pela Covid-19 na Suécia. No entanto, é nessa faixa etária que se encontra a maioria dos doentes do país.

Diante da situação, as celebrações entre os jovens estão na mira das autoridades, vistas como ocasiões de potencial propagação do coronavírus. “Muitos não fazem prova de responsabilidade nas festas de estudantes. Não podemos deixar as universidades se transformarem em focos de transmissão”, alertou a ministra sueca do Ensino Superior, Matilda Ernkrans, temendo que, em seguida, esses alunos contaminem os mais velhos.

Para as autoridades do setor da saúde, a ideia não é proibir as festas, e sim organizá-las respeitando algumas regras. A partir de agora, as celebrações não poderão reunir mais de 50 pessoas e o governo pede que os jovens tentem frequentar apenas amigos próximos e, mesmo assim, mantendo uma certa distância física.

Por enquanto, as autoridades não anunciaram nenhuma sanção e esperam, com esse alerta, sensibilizar os jovens. Mas se a contaminação se acelerar, não está descartada a hipótese de fechamento das universidades, como aconteceu entre março e julho.

Na contramão dos vizinhos

A Suécia ficou mundialmente conhecida no início da epidemia como um dos países europeus que adotou menos regras restritivas ligadas à Covid-19. Enquanto os vizinhos impunham medidas de confinamento, muitas vezes generalizado, os suecos continuavam nas ruas, escolas, empresas, bares e restaurantes funcionavam, e o governo pedia apenas que os mais jovens não visitassem seus avós.

A estratégia contava com o civismo da população, além de apostar em uma lógica de “imunização em rebanho” que, segundo as autoridades locais na época, iria enfraquecer o vírus.

"Imunização em rebanho" não funcionou

Mas em junho, diante do aumento de contaminações e de vítimas fatais, o epidemiologista Anders Tegnell, principal representante da Agência de Saúde Pública sueca, reconheceu que a tática não havia funcionado. O primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, chegou a pedir a abertura de uma Comissão de Investigação (CPI) para saber se governo não teria uma parte de responsabilidade nas mortes por não ter isolado a população no auge da pandemia.

Com uma população de 10,5 milhões de habitantes, a Suécia registrou menos de 100 mil casos de Covid-19 e pouco mais de 5.800 mortos, a maioria deles idosos hospedados em casas de repouso. No entanto, o país chegou a liderar o número de óbitos pelo novo coronavírus na região, registrando em junho uma taxa de mortalidade de 48 óbitos por cada grupo de 100 mil habitantes. Na época, Dinamarca, Finlândia e Noruega chegaram a recusaram a entrada de viajantes suecos em seus territórios.

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