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Polícia alemã investiga assassinato de jovem em sinagoga como ato antissemita

A tentativa de assassinato de um estudante judeu neste domingo (4), em frente à sinagoga de Hamburgo, no noroeste da Alemanha, está sendo investigada como um crime antissemita. A vítima estava prestes a entrar no templo, no dia do Sucot, ou "festa das cabanas", quando foi violentamente atingido com uma pá na cabeça. De acordo com a polícia, o jovem está gravemente ferido.

Um homem e um menino andam em frente à Sinagoga onde ocorreu o ataque em Hamburgo
Um homem e um menino andam em frente à Sinagoga onde ocorreu o ataque em Hamburgo AP - Jonas Walzberg
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O suspeito do crime é um alemão de 29 anos, vestido com um uniforme do Exército. Ele foi imediatamente detido pela polícia que, como ocorre em todas as sinagogas da Alemanha, faz a segurança dos locais.

Durante a detenção, os policiais encontraram uma folha com o desenho de uma suástica. O suspeito parecia "muito confuso", o que complicou seu interrogatório, segundo o porta-voz da polícia de Hamburgo. Eles também estão analisando a origem do uniforme militar do detido. 

As primeiras investigações permitiram descartar possíveis cúmplices. O ato foi qualificado pela chanceler alemã, Angela Merkel, como uma "vergonha". Para o porta-voz do governo alemão, Steffen Seiber, "toda a sociedade deve dizer claramente: esses atos são uma afronta", disse.

O ataque ocorre quase um ano depois do atentado frustrado contra a sinagoga de Halle, no leste do país, durante a celebração do Yom Kipur, a festividade mais importante da comunidade judaica, em 9 de outubro de 2019.

Crimes de cunho religioso em alta na Alemanha

Os crimes antissemitas e islamofóbicos, em sua maioria cometidos por simpatizantes da extrema direita, aumentaram 13% na Alemanha, em relação a 2019.  "A maior ameaça contra os judeus  vem do extremismo de direita e 93,4% dos crimes antissemitas têm um fundo antissemita", disse o ministro do Interior, Horst Seehofer.

A pandemia provocada pelo novo coronavírus e a mobilização dos movimentos que se opõem ao uso da máscara de proteção gerou um crescimento das manifestações de antissemitismo. Os participantes associam a obrigatoriedade de seu uso a estrela amarela que os judeus deviam usar nas roupas para serem identificados na época do nazismo.

Em Nova York, o dirigente do Congresso Judaico Mundial, Ronald Lauder, lamentou um ato de terror "violento, antissemita." Segundo o presidente do Conselho Central dos Judeus, Josef Schuster, o fato que os judeus da Alemanha se tornem cada vez mais alvos do ódio alheio não deve ser tratado com indiferença em um estado constitucional e democrático como a Alemanha.

Ele pediu que Hamburgo "siga o exemplo dos outros Estados federais que nomearam, após agressões antissemitas, um responsável encarregado de coordenar a ação com as autoridades judaicas regionais.

(Com informações da AFP)

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