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Militantes ecologistas bloqueiam distribuição de jornais no Reino Unido

Ativistas do movimento ecologista Extinction Rebellion bloquearam gráficas impedindo a distribuição de jornais do grupo News Corp, do magnata Rupert Murdoch, no Reino Unido, neste sábado (5). Uma ação espetacular para denunciar a cobertura da crise climática por parte da imprensa.

Ativistas do grupo ecologista Extinction Rebellion bloqueram a entrada de imprensas na madrugada de sábado (5).
Ativistas do grupo ecologista Extinction Rebellion bloqueram a entrada de imprensas na madrugada de sábado (5). via REUTERS - EXTINCTION REBELLION UK
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Segundo Extinction Rebellion (XR), dezenas de militantes bloquearam os acessos aos edifícios onde são impressas as publicações do grupo News Corp como The Sun, The Times, The Telegraph e The Daily Mail, em Broxboune, no norte de Londres, e em Knowsley, perto de Liverpool.

“Nós atacaremos a urgência climática e ecológica quando sairmos do tradicional impasse de oposição dos políticos e nos unirmos, apesar de nossas diferenças”, declarou em um comunicado Alanna Byrne, do XR.

“Se queremos sair deste impasse, as mídias tradicionais devem parar de se aproveitar da cultura do ‘caça-cliques’, que aumenta a desinformação”, acrescentou.

Parte da imprensa britânica é acusada por movimentos ecologistas e apontada por especialistas por dar voz a negacionistas climáticos e alimentar dúvidas sobre a ciência do clima.

Liberdade de imprensa

O primeiro-ministro conservador Boris Johnson considerou “completamente inaceitável limitar o acesso do público às informações.” “Uma imprensa livre é vital para que o governo e outras instituições poderosas prestem contas sobre questões cruciais para o futuro do país, como a luta contra as mudanças climáticas”, disse no Twitter.

A Newsprintes confirmou que duas gráficas estavam perturbadas pelos manifestantes e apresentou suas “sinceras desculpas” aos leitores, que não encontraram seus jornais no sábado de manhã devido aos atrasos nas entregas, segundo um porta-voz da empresa gráfica. “Nossas equipes trabalham para que os jornais sejam entregues aos distribuidores desde que seja possível”, disse, explicando que a impressão de jornais tinha sido transferida para outros lugares. 

O grupo denunciou um “ataque contra toda a imprensa livre” que afeta numerosos trabalhadores, empresas gráficas e revendedores.

“Prezados vendedores de jornais, sentimos muito pelas perturbações causadas nessa manhã”, tuitou XR. “Prezado senhor Murdoch, não sentimos nada por ter continuado a perturbar sua agenda esta manhã.”

O grupo também publicou fotos de panfletos colocados nas prateleiras das bancas no lugar dos jornais ausentes.

No Twitter, The Sun respondeu com um link para um editorial do naturalista David Attenborough publicado no tabloide, explicando que a humanidade está numa “encruzilhada” e que não é tarde demais para salvar o planeta da mudança climática. 

Em entrevista à Times Radio, a editora-chefe do Sunday Times, Emma Tucker, destacou que as “perturbações impensáveis” tiveram como efeito “colocar mais caminhões nas estradas” para entregar os jornais.

Há uma semana, o XR começou uma série de ações no Reino Unido que resultaram em 500 detenções e que devem continuar nos próximos dias. Segundo a polícia, na ação deste sábado, 72 pessoas foram detidas.

 

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