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Belarus: Lukashenko recebe premiê russo e troca chefes de segurança

O contestado presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, substituiu os chefes de segurança do país nesta quinta-feira (3), e disse que estão sendo feitos progressos nos planos para aproximar Moscou de Minsk, durante visita do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.

O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin (à dir.), participa de uma reunião com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, em Minsk, Belarus, em 3 de setembro de 2020.
O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin (à dir.), participa de uma reunião com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, em Minsk, Belarus, em 3 de setembro de 2020. via REUTERS - SPUTNIK
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Lukashenko, que está sob forte pressão de manifestantes para renunciar após a polêmica eleição do mês passado, substituiu os chefes do serviço de segurança da KGB, do conselho de segurança e do comitê de controle do Estado.

A remodelação foi anunciada durante a visita do primeiro-ministro russo, que se tornou a maior autoridade de Moscou a fazer uma visita pública a Belarus desde o início da crise política instaurada pelo questionamento do resultado das eleições de 9 de agosto.

Desde o pleito, milhares de pessoas foram às ruas, por semanas, em protestos sem precedentes contra o governo de Lukashenko, que está no poder há 26 anos e é descrito como “o último ditador da Europa”.

O líder bigodudo se recusa a renunciar e, em vez disso, buscou o apoio do Kremlin.

Integração com a Rússia

Nos últimos anos, o Kremlin tem pressionado por uma integração econômica e política mais estreita entre os dois ex-países soviéticos, mas Lukashenko até agora tinha resistido totalmente à unificação.

Nesta quinta-feira, pela primeira vez ele se mostrou mais aberto à aproximação das duas nações. "Nós concordamos em questões sobre as quais Rússia e Belarus não puderam concordar antes", afirmou Lukashenko a Mishustin, acrescentando que os protestos da oposição foram uma "lição" para os dois países.

"Esta lição nos levou a tirar conclusões relevantes", ele revelou. Lukashenko acrescentou que planeja "pontuar todos os is em questões que são muito sensíveis e delicadas para os dois Estados" quando se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, nas próximas semanas.

Mishustin, que chegou com uma grande delegação a reboque, saudou os planos de estreitar os laços. "Vemos progresso em muitas questões", disse ele a Lukashenko, acrescentando que o futuro "estado de união" ajudará a remover barreiras comerciais "desnecessárias".

Dependência de Moscou

Belarus, um ex-estado soviético espremido entre a Rússia e a União Europeia, há anos depende de Moscou para obter petróleo barato e empréstimos.

Os dois países formaram um "sindicato" nominal com estreita cooperação comercial e militar, mas o Kremlin busca uma integração mais profunda.

O analista inglês Mark Galeotti sugeriu que a remodelação indica que a substituição do chefe da KGB, Valery Vakulchik, por Ivan Tertel, que até agora chefiava o comitê de controle do Estado, pode ter sido feita sob pressão de Moscou.

"O ex-chefe da KGB, Vakulchik, foi um guardião feroz contra a penetração de Moscou", ele tuitou, acrescentando que Tertel tinha um relacionamento melhor com o serviço de segurança russo FSB.

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