Acessar o conteúdo principal

UE pede que gigantes da Internet combatam com mais vigor fake news

A União Europeia (UE) pediu nesta quarta-feira (10) aos gigantes da Internet que façam mais para combater a "enorme onda de desinformação" desencadeada pela pandemia de coronavírus. Bruxelas apoiou o Twitter em sua batalha contra o presidente Donald Trump.

A União Europeia (UE) pediu nesta quarta-feira (10) aos gigantes da Internet que façam mais para combater a "enorme onda de desinformação" desencadeada pela pandemia de coronavírus.
A União Europeia (UE) pediu nesta quarta-feira (10) aos gigantes da Internet que façam mais para combater a "enorme onda de desinformação" desencadeada pela pandemia de coronavírus. AFP/File
Publicidade

A UE solicitará que plataformas como Facebook, Twitter e Google publiquem um relatório mensal sobre as ações adotadas para combater fake news relacionadas à Covid-19, anunciou a vice-presidente da Comissão encarregada de Valores e Transparência, Vera Jourova, em entrevista coletiva ao lado do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Jourova "elogiou" as medidas já tomadas pelas gigantes da Internet, mas considerou que elas "devem fazer mais", apresentando um plano de combate à desinformação. Os relatórios das plataformas deverão se concentrar na natureza das fake news, no tamanho da rede envolvida, sua origem geopolítica e público-alvo, disse ela. A iniciativa é baseada na boa vontade das empresas do setor, mas é do interesse delas despertar "a confiança do usuário".

"Código de conduta" contra fake news

A pandemia do coronavírus já levou a UE a pedir que as plataformas propagassem informações de autoridades da saúde, como OMS, e retirassem anúncios de remédios falsificados em particular. O Google bloqueou, ou removeu, mais de 80 milhões de posts relacionados ao coronavírus, lembrou a vice-presidente da Comissão europeia, que também elogiou em abril as iniciativas anunciadas pelo Facebook e pelo Twitter para tentar conter a desinformação.

Em 2018, as gigantes da internet se comprometeram, no âmbito de um "código de conduta" lançado pelo Executivo europeu, a agir contra a disseminação de notícias falsas. Um código ao qual a rede social TikTok, cuja popularidade explodiu, em breve aderirá, anunciou Vera Jourova.

O diretor-geral do Google Europa, Matt Brittin, reafirmou o apego da empresa americana a esse código e "ao trabalho conjunto que está sendo realizado para encontrar novas maneiras criativas de continuar lutando contra a desinformação".

 "Pluralismo"

A vice-presidente da Comissão europeia, de nacionalidade tcheca, elogiou a atitude do Twitter, em conflito aberto com o presidente americano, Donald Trump, que é um grande usuário da rede social. A plataforma alertou recentemente os usuários sobre alguns tuítes do republicano. Ela publicou avisos de "verifique os fatos" em várias mensagens de Donald Trump e ocultou outro post sobre os confrontos em Minneapolis para sinalizar uma "apologia à violência".

Facebook adotou uma atitude distinta. A rede social de Mark Zuckerberg decidiu não denunciar, nem censurar de forma alguma, as mensagens do presidente americano.

"Eu apoio a reação do Twitter aos tuítes do presidente Trump", disse Vera Jourova, observando que as mensagens em questão não foram excluídas. A rede social "forneceu informações verificadas. Isso é o que chamo de pluralismo", considerou.

"Plano de Ação para a Democracia Europeia"

As medidas apresentadas nesta quarta-feira estão alinhadas com o "Plano de Ação para a Democracia Europeia" e a "Lei dos Serviços Digitais", que visam regular melhor os gigantes da tecnologia e que serão apresentados no final do ano pelo Executivo europeu.

Em seu relatório, a UE acusa Rússia e China de terem, por ocasião da pandemia, realizado campanhas de difusão de notícias falsas no bloco europeu e em todo mundo. "A pandemia nos mostrou que a desinformação não prejudica apenas nossas democracias, mas prejudica também a saúde de nossos cidadãos", afirmou Jourova.

O chefe da diplomacia europeia completou dizendo que "não temos o poder de detê-la (a fake news), mas temos o poder de dar aos cidadãos uma alternativa, uma verificação, para comparar o que é dito com a realidade".

Na luta contra as fake news, o executivo europeu pretende promover atividades de pesquisa e verificação de fatos, em particular por meio do novo Observatório Europeu da Mídia Digital. Operacional desde o início do mês, este observatório é dirigido pelo Instituto Universitário Europeu de Florença (Itália) e reúne o Centro de Tecnologia de Atenas, a Universidade de Aarhus (Dinamarca) e a organização italiana de verificação de fatos Pagella Politica.

A Comissão Europeia lançará dentro de um mês "um concurso de € 9 milhões para centros de pesquisa em diferentes Estados-membros", a fim de estimular a "liberdade de expressão".

(Com informações da AFP)

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.