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Linha Direta

Em cúpula crucial, UE busca acordo para amenizar recessão causada pela Covid-19

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Os chefes de Estado e governo da União Europeia se reúnem nesta quinta-feira (23) por videoconferência para discutir a resposta do bloco para a crise econômica e social provocada pela pandemia ligada ao novo coronavírus.

Líderes europeus pretendem alcançar um acordo histórico nesta quinta-feira (23) para mitigar o impacto econômico provocado pela Covid-19.
Líderes europeus pretendem alcançar um acordo histórico nesta quinta-feira (23) para mitigar o impacto econômico provocado pela Covid-19. REUTERS/Yves Herman/File Photo
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Correspondente da RFI em Bruxelas

A Europa é o continente mais atingido pela pandemia do novo coronavírus, com dois terços dos óbitos no mundo. Apesar da região ter ultrapassado a marca de 110 mil mortes, alguns países da União Europeia começam a ensaiar a suspensão parcial do confinamento, em vigor desde meados de março. Governos europeus seguem apresentando planos para um retorno à normalidade em etapas.

Na semana passada, foi a vez da Alemanha anunciar que o vírus está “sob controle”, apesar da situação permanecer frágil. O governo alemão autorizou, nesta primeira fase de relaxamento da quarentena, apenas a reabertura de lojas menores do que 800m2, bares e restaurantes continuam fechados.

A Bélgica, por causa de sua contagem particularmente inclusiva, registra a maior taxa de mortalidade pela Covid-19 no mundo, e agora está contratando 2 mil “corona detetives”, para identificar pessoas com risco de contrair o novo coronavírus. Na sexta-feira (24), a primeira-ministra belga Sophie Wilmès deve divulgar seu plano. Segundo Wilmès, o desconfinamento será feito aos poucos e ajustado em função da situação sanitária.

Como amortecer o impacto da crise econômica

Mesmo enfrentando o medo de uma segunda onda da pandemia, a União Europeia precisa urgentemente relançar sua economia. Esta é a quarta videoconferência dos líderes europeus. Desta vez, eles pretendem alcançar um acordo histórico para mitigar o impacto econômico devastador provocado pela Covid-19.

Segundo estimativas, o Produto Interno Bruto (PIB) comunitário deve diminuir em 7,1% - um recorde. A França encabeça a lista dos países a favor do endividamento comum e do lançamento dos “coronabonds”, o que é rebatido pelos países do norte do continente. Se as divergências permanecerem, é possível que as negociações do pacto durem ainda muitos meses.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, adiantou que a solidariedade norte-sul é do interesse de todos. Às vésperas da videoconferência, o Papa Francisco dedicou suas orações à Europa, para que a região consiga manter a “unidade fraterna com a qual os fundadores da União Europeia sonharam”. O Papa pediu aos líderes para que eles não percam “a oportunidade

A principal divergência são os “coronabonds”, que se trata de um mecanismo de emissão de títulos de dívida pública mutualizada cujo principal comprador seria o Banco Central Europeu, e por isso, as taxas de juros seriam menores. Alemanha, Holanda, Áustria, Suécia e Finlândia se opõem à idéia dos “coronabonds”.

Solidariedade europeia

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que “a solidariedade europeia é uma obrigação”. Por outro lado, a chanceler alemã, Angela Merkel, tem se mostrado mais aberta à proposta da Comissão Europeia de aumentar o próximo orçamento plurianual do bloco - que cobre o período de 2021 a 2027 - que daria margem à criação de um fundo específico contra a crise do coronavírus.

Na manhã desta quinta-feira, antes do início da cúpula, Merkel declarou que a Alemanha está disposta, dentro de “um espírito de solidariedade”, a realizar “contribuições muito mais importantes” ao orçamento do bloco, diante da epidemia do coronavírus. “Um plano europeu de relançamento econômico poderia ajudar na recuperação nos dois próximos anos. Vamos trabalhar sobre essa questão”, afirmou, salientando que essa contribuição alemã aconteceria durante “um período limitado”.

É esperado que a reunião desta quinta-feira produza um sinal verde político para que o executivo do bloco leve adiante a ideia do fundo de recuperação, que entraria em vigor no início do próximo ano. Além disso, os dirigentes europeus devem aprovar o pacote de medidas econômicas de € 500 bilhões - acordado pelos ministros do Eurogrupo há duas semanas – para apoiar países, empresas e trabalhadores.

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