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Estado de saúde de Boris Johnson melhora, mas Reino Unido segue desestabilizado

Enquanto a pandemia do coronavírus causa estragos no Reino Unido, os britânicos seguem preocupados com as notícias sobre a saúde do primeiro-ministro Boris Johnson. A condição médica do premiê, contaminado pela Covid-19 e em terapia intensiva desde 6 de abril, melhorou nas últimas horas. A deterioração de sua condição causava apreensões na população.

Le Premier ministre britannique Boris Johnson, quittant son domicile de Downing Street à Londres, le 4 mars 2020.
Le Premier ministre britannique Boris Johnson, quittant son domicile de Downing Street à Londres, le 4 mars 2020. Toby Melville/Reuters
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"Seu estado está melhorando", declarou o ministro das Finanças do Reino Unido, Rishi Sunak, na noite desta quarta-feira (8). Boris Johnson, que testou positivo para a Covid-19 e está isolado desde 27 de março, foi hospitalizado no Hospital St. Thomas, em Londres, no domingo (5), antes de ser colocado em terapia intensiva no dia seguinte. Sem deixar de trabalhar, o líder do Partido Conservador teria conseguido sentar em sua cama e conversar com os cuidadores, relata a enviada especial da RFI à Londres, Anissa El Jabri.

Preocupação se espalha entre os britânicos

No Reino Unido, a apreensão associada à sua hospitalização permanece intensa. O acompanhamento de seu estado de saúde sempre figura nas manchetes, com o governo mantendo atualizações diárias. No país, uma ideia se espalha: se o primeiro-ministro estiver infectado e gravemente doente, todos poderão estar. A instabilidade se agrava com a crescente crise de saúde.

“Ele está em uma unidade de terapia intensiva, o que mostra que ninguém está seguro. Então, se você estiver doente, mantenha distância de todo mundo”, advertiu um raro pedestre que circulava na capital britânica.

Londres, como tantas outras cidades europeias, exala uma calma estranha. Lojas e restaurantes fechados, supermercados sob vigilância de seguranças, mas os famosos ônibus vermelhos de dois andares ainda circulam. Carros também, mas raros são os pedestres. O estado de saúde do primeiro ministro está na mente de todos.

“Eu espero que ele esteja melhor e que não esteja pensando no trabalho. Para isso, é preciso que seu gabinete faça sua parte”, estimou um outro cidadão.

O confinamento divide

O confinamento, a princípio descartado e finalmente decretado, não foi unânime entre a população. De acordo com uma pesquisa divulgada quarta-feira, um terço dos britânicos acredita que a polícia está indo longe demais para aplicá-lo. Os próprios fundamentos dessa decisão também são contestados no Reino Unido.

"Os contra-argumentos nunca foram realmente considerados. Penso que as consequências negativas desta solução são muito mais prejudiciais do que se deixássemos o vírus seguir seu curso natural. Violência doméstica, crianças que não frequentam a escola. É um pesadelo. As empresas não vão conseguir se reerguer depois. É uma reação completamente desproporcional ", disse um britânico encontrado no norte da capital.

Um prolongamento muito provável

O Reino Unido não consegue fazer mais de 15 mil testes por dia. O governo diz que tem como alvo 100 mil testes diários até o final do mês. Enquanto isso, a questão que surge é se o confinamento deve ser estendido. As três semanas decididas por Boris Johnson terminam no início da próxima semana.

"Preparem-se caso isto dure", diz a manchete do Daily Mail desta quinta-feira (9), quando o Reino Unido atravessa a barreira das 7 mil mortes de coronavírus. Só que o país inteiro e até o governo se perguntam atualmente: quem irá decidir sobre essa extensão do confinamento e, especialmente, quem irá assumi-la politicamente?

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