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Itália/Coronavírus

Itália decreta quarentena no norte do país para frear epidemia de coronavírus

A partir deste domingo (8) todo o norte da Itália, incluindo as regiões de Milão e Veneza, está em quarentena para evitar a propagação do coronavírus no país. A medida excepcional e sem precedentes na Europa isola mais de 15 milhões de moradores, isto é, um quarto da população. Ela foi decretada pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte nesse sábado (7) e ficará em vigor até três de abril. O governo italiano também decidiu fechar cinemas, teatros, museus e salas de concerto em todo o território.

A quarentena no norte da Itália entrou em vigor neste domingo (8) e as ruas das cidades da região, como Mântua, na Lombardia, estão desertas.
A quarentena no norte da Itália entrou em vigor neste domingo (8) e as ruas das cidades da região, como Mântua, na Lombardia, estão desertas. REUTERS/Alberto Lingria
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A Itália, a nação mais afetada pelo covid-19 na Europa, continua a lutar contra a epidemia e as medidas adotadas vão literalmente isolar o país do resto do mundo, informa o correspondente da RFI em Roma, Éric Senanque. Quase 6.000 mil casos foram confirmados no país e ao menos 233 pessoas morreram.

O decreto do primeiro-ministro foi publicano nesta manhã no Diário Oficial e já provoca muita inquietação nas onze províncias do norte colocadas em quarentena. Centenas de pessoas correram para as estações, principalmente em Milão, para pegar um trem e deixar a região.

As autoridades italianas querem evitar a qualquer preço o agrupamento de pessoas. A medida prevê o fechamento de estações de esqui, piscinas, museus, cinemas ou discotecas. As cerimônias religiosas, casamentos e enterros, também estão proibidas. Os bares são autorizados a funcionar de 6h da manhã às 18 horas. Os supermercados também ficarão abertos, mas os clientes devem respeitar uma distância de no mínimo um metro um do outro.

Quem tiver febre de mais de 37,5° ou sintomas respiratórios são convidadas a ficar em casa. “Cada pessoa deve agir com responsabilidade” pediu o premiê Giuseppe Conte durante uma entrevista à imprensa na noite desse sábado.

Reforço da assistência médica

O governo também anunciou o reforço das medidas sanitárias para conter a epidemia. Foram mobilizados 20.000 profissionais da área de saúde (5.000 médicos especialistas, 10.000 enfermeiros e 5.000 auxiliares de enfermagem). Aposentados e estudantes de medicina em final de curso poderão integrar mais facilmente as equipes médicas. Os leitos nas unidades de tratamento intensivo serão multiplicados em 50%. Um envelope de € 600 milhões foi liberado para financiar a medida.

Roma informa ainda a possibilidade de requisitar hotéis para colocar pessoas em quarentena. O ministro da Saúde italiano, Roberto Spenranza, pediu a colaboração de toda a população para “vencer a epidemia”.

O Vaticano, onde um caso de contaminação foi registrado, também se isola. Neste domingo, pela primeira vez na história, o papa Francisco não apareceu na janela do Palácio Apostólico. Ele fez sua oração na biblioteca e a missa dominical foi transmitida por vídeo para evitar a concentração de fiéis na Praça São Pedro e a disseminação do vírus.

Reunião do Conselho de Defesa francês

Na França, que registra cerca de mil infectados e 16 mortos, o governo realiza neste domingo uma reunião emergencial do Conselho de Defesa. O encontro, dirigido pelo presidente Emmanuel Macron, vai adotar novas medidas contra o coronavírus no país.

A América Latina registrou no sábado sua primeira vitima fatal da doença na Argentina. O Brasil tem 19 casos confirmados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a propagação do vírus como "profundamente preocupante". Ao todo, 95 países estão afetados pela Covid-19, que deixou pelo menos 3.556 mortos e quase 105.000 casos em todo planeta.

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