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Vaticano/Padres casados

Em aguardada exortação, Papa não se pronuncia sobre ordenação de homens casados na Amazônia

O papa Francisco divulgou nesta quarta-feira (12) a exortação apostólica "Querida Amazônia", um texto muito aguardado no qual denuncia as empresas que semeiam "injustiça e crime" neste território afetado pela devastação e a pobreza. No documento, o sumo pontífice evitou se pronunciar sobre a ordenação de homens casados - assunto que gera forte polêmica no Vaticano desde o ano passado. 

Papa se encontrou com líderes indígenas da Amazônia em outubro de 2019 no Vaticano.
Papa se encontrou com líderes indígenas da Amazônia em outubro de 2019 no Vaticano. TIZIANA FABI / AFP
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O texto da exortação, de 24 páginas, é dividido por capítulos. A divulgação do documento gerou muita expectativa porque o papa argentino deveria se pronunciar através dele sobre o delicado tema do celibato, defendido com veemência pelos setores ultraconservadores da Igreja Católica.

Evitando abordar a questão que dominou o Sínodo da Amazônia no ano passado, Francisco demonstrou sua vontade de que a instituição se concentre nos desafios ecológicos, sociais e pastorais, e não na questão da ordenação de homens casados em regiões remotas da Amazônia.

Por isso, no texto, o sumo pontífice denuncia as empresas nacionais e multinacionais que semeiam a "injustiça e o crime" na região da floresta e violam os direitos dos povos autóctones. "Aos empreendimentos, nacionais ou internacionais, que prejudicam a Amazônia e não respeitam o direito dos povos originários do território e sua demarcação, à autodeterminação e ao consentimento prévio, devem receber o nome que lhes corresponde: injustiça e crime", escreveu.

A exortação destaca "grandes sonhos" do papa Francisco para a Amazônia: ele defende a "ecologia humana", para levar em consideração os pobres e valoriza as culturas indígenas. O religioso também defende a promoção de uma "igreja missionária" na região.

Uma "carta de amor" de Francisco

O documento, que o Vaticano chama de "carta de amor de Francisco", tenta acalmar os ânimos entre conservadores e progressistas a respeito da polêmica questão do celibato. A omissão do tema decepcionou os setores que pediam uma exceção para esta região do mundo.

O fim do celibato na Amazônia foi uma das propostas mais inovadoras apresentadas pelos religiosos da região, com 34 milhões de habitantes e 400 tribos indígenas, devido à escassez de padres e o avanço incessante dos evangélicos.

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