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Linha Direta

Crise na Coroa: 63% dos britânicos acham que Harry e Meghan não devem ser financiados

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A cúpula da família real britânica se reúne nesta segunda-feira (13) na residência de campo da rainha Elizabeth, em Sandringham, para discutir o futuro do príncipe Harry e sua mulher, Meghan, na realeza. Será a primeira vez que avó e neto se encontram pessoalmente desde que o casal anunciou que pretende se afastar de suas funções oficiais, expondo uma crise dentro da família e provocando um racha entre a opinião pública britânica.

A cúpula da família real britânica se reúne nesta segunda-feira na residência de campo da rainha Elizabeth, em Sandringham, para discutir o futuro do príncipe Harry na realeza. Foto do 10/07/18
A cúpula da família real britânica se reúne nesta segunda-feira na residência de campo da rainha Elizabeth, em Sandringham, para discutir o futuro do príncipe Harry na realeza. Foto do 10/07/18 Tolga AKMEN / AFP
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Da correspondente da RFI em Londres

O pai e o irmão de Harry, os príncipes Charles e William, também participam da reunião. Meghan, que está no Canadá com o filho, Archie, deve ser consultada por videoconferência.

O encontro deve servir para que a família passe por cima de desavenças internas e definam um futuro que funcione não só para Harry e Meghan, mas também para toda a realeza. Após o anúncio feito pelo casal através de sua conta no Instagram, na última quarta-feira (8), a rainha ordenou que seus assessores trabalhem rapidamente para encontrar uma solução dentro de poucos dias. O que se espera é que ainda esta semana sejam divulgados os planos da família para o caçula.

Até o momento, há muitas questões no ar e a reunião em Sandringham deve ajudar a respondê-las: que funções oficiais Harry e Meghan terão se não querem mais ser parte do núcleo sênior da família real? Eles terão que mudar seus títulos de nobreza? O príncipe Charles vai continuar a sustentá-los, como vem fazendo? Quem vai pagar a conta da segurança do casal, que hoje sai do bolso do contribuinte britânico? Eles vão continuar morando em Frogmore Cottage, em Windsor, que eles reformaram a um custo de mais de US$ 3 milhões saídos dos cofres públicos? Harry e Meghan estão tentando registrar a marca “Sussex Royal” com a intenção de faturar com produtos licenciados em seu nome. Eles vão realmente poder fazer isso?

São essas perguntas que intrigam desde o cidadão comum aos mais respeitados analistas especializados na realeza, desde a última quarta-feira, quando o assunto passou a dominar o noticiário e as redes sociais no Reino Unido.

Harry é o mais popular depois da rainha

Muitos analistas ainda acreditam que Harry é fundamental para a boa imagem da instituição representada pela realeza britânica. Ele é o sexto na linha de sucessão ao trono, mas é o membro da família real mais popular entre os britânicos depois da rainha. E, internacionalmente, a popularidade dele é ainda maior do que a da rainha. Mas nem esses especialistas, muitos deles “insiders” que vêm acompanhando a realeza desde que Harry era criança, conseguem prever se ele e Meghan vão conseguir manter os planos de só representarem a coroa britânica quando quiserem.

Se a rainha aceitar essa novidade, isso provavelmente terá um custo: talvez o casal perca alguns privilégios, principalmente o gordo financiamento vindo do príncipe Charles e dos cofres púbicos.

Os analistas também questionam se Harry e Meghan vão realmente poder trabalhar para seu próprio sustento, como pretendem fazer, sem que isso gere possível conflitos de interesse com a imagem da realeza.

O que pensam os britânicos?

Diante da “crise”, os britânicos estão divididos. Uma pesquisa realizada pelo instituto YouGov um dia depois do anúncio de Harry e Meghan aponta que 45% dos entrevistados apoiam a decisão deles de se afastar, enquanto 26% são contra. No entanto, 63% acham que o casal não deve mais ser financiado pelo príncipe Charles.

Nas redes sociais e na imprensa, esse racha é mais evidente: um lado está escandalizado e se voltou contra o príncipe, afirmando que ele tem a obrigação de servir a coroa, enquanto o outro lado acredita que Harry tem o direito de decidir seu próprio futuro, ainda mais porque está longe de um dia vir a assumir o trono.

Mas a mesma pesquisa da última quinta-feira (9) mostra que, no geral, o clima é positivo para a família real. Dentre os entrevistados, 49% acreditam que o afastamento de Harry e Meghan não deve prejudicar a realeza nem a família como um todo. Pior para a monarquia, segundo os britânicos, foi a amizade do príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth, com Jeffrey Epstein, empresário acusado de pedofilia e tráfico de menores, e as acusações de que ele teria mantido relações sexuais com uma menor de idade: 47% acreditam que esse caso, sim, prejudicou de verdade a imagem da família.

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