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Tensão diplomática

Em resposta a Berlim, Rússia expulsa dois diplomatas alemães após morte de separatista checheno

Moscou anunciou nesta quinta-feira (12) a expulsão de dois diplomatas alemães, em resposta a uma medida idêntica tomada na semana passada pelo governo de Angela Merkel. A tensão aumenta entre os dois países após o assassinato de um ex-combatente separatista checheno em um parque de Berlim.

O Ministério russo das Relações Exteriores convocou nesta quinta-feira (12) o embaixador alemão Géza Andreas von Geyr para informar que dois funcionários da embaixada da Alemanha em Moscou devem deixar a Rússia.
O Ministério russo das Relações Exteriores convocou nesta quinta-feira (12) o embaixador alemão Géza Andreas von Geyr para informar que dois funcionários da embaixada da Alemanha em Moscou devem deixar a Rússia. Wikipédia
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O Ministério russo das Relações Exteriores convocou o embaixador alemão no país, Géza Andreas von Geyr, para informá-lo que "dois funcionários da embaixada serão declarados 'persona non grata' e terão sete dias para deixar" a Rússia. Para a Alemanha, essas expulsões "enviam um sinal ruim e não são justificadas".

No último 4 de dezembro, o governo alemão anunciou que dois membros da embaixada russa em Berlim deixariam imediatamente do país. A Alemanha teceu fortes críticas a Moscou por não cooperar com a investigação do assassinato de um georgiano que pertencia à minoria chechena, cometido em 23 de agosto.

"Uma cooperação séria e imediata das autoridades russas continua sendo uma necessidade urgente, na opinião do governo", ressaltou o ministério das Relações Exteriores da Alemanha, depois da decisão de Moscou.

No entanto, o presidente russo Vladimir Putin garantiu na segunda-feira (9) que essas expulsões mútuas não significavam que havia uma crise diplomática. Segundo ele Moscou fará "o possível" para ajudar a Alemanha a esclarecer as circunstâncias do crime.

Uma verdadeira execução

O georgiano morto foi identificado como Tornike Khangochvili. Ele tinha 40 anos e recebeu três tiros. Testemunhas descreveram o crime como "uma verdadeira execução".

O tribunal federal alemão, responsável por questões de espionagem está conduzindo a investigação. O principal suspeito até agora é um russo de 54 anos que foi preso após o crime e que usava uma identidade falsa.

Para a justiça alemã, o crime foi cometido "por encomenda de entidades ligadas ao Estado da Federação Russa ou por encomenda da República Autônoma da Chechênia", dirigida por Ramzan Kadyrov.

Ex-combatentes chechenos assassinados

Vários ex-combatentes chechenos foram mortos no exílio, incluindo o presidente separatista Zelimkhan Ianderbiev, que morreu na explosão de bomba quando viajava em um carro no Catar em 2004. Dois agentes secretos russos foram condenados por esse crime.

Tornike Khangochvili é uma figura pouco conhecida na Rússia, mas lutou ao lado dos chechenos por volta do ano 2000. Na última segunda-feira (9), durante uma cúpula sobre o conflito ucraniano em Paris, Putin disse que a vítima "participou ativamente de atividades separatistas" e era uma pessoa procurada pelos serviços russos por ter organizado, entre outros, "ataques ao metrô de Moscou".

Entre 2004 e 2010, a capital russa sofreu vários ataques no metrô perpetrados por guerrilheiros islâmicos, na época muito ativos em várias repúblicas russas do norte do Cáucaso. No entanto, a imprensa russa enfatizou, um dia após a declaração de Putin em Paris, que o nome de Khangochvili nunca havia sido mencionado nas investigações desses ataques.

(Com informações da AFP)

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