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Linha Direta

Polícia britânica faz 650 prisões preventivas antes do Carnaval de Londres

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A maior festa de rua da Europa, o tradicional Carnaval do bairro de Notting Hill, em Londres, acontece nesta segunda-feira (28) em meio a um forte esquema de segurança depois dos recentes atentados na capital britânica e em outras cidades europeias. Mais de 2 milhões de pessoas são esperadas no evento, que este ano ocorre em meio ao clima de luto pelo incêndio da Torre Grenfell, que fica a poucos quarteirões do local dos desfiles.

Parada das crianças do tradicional Carnaval de Notting Hill, em Londres, em 27 de agosto de 2017.
Parada das crianças do tradicional Carnaval de Notting Hill, em Londres, em 27 de agosto de 2017. REUTERS/Eddie Keogh
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Maria Luísa Cavalcanti, correspondente da RFI em Londres

O Carnaval de Notting Hill ocorre nesta segunda-feira (28) pouco depois de uma onda de ataques terroristas não só em Londres, mas também em Barcelona e em Manchester, entre outras cidades europeias. Mas isso não parece ter feito os londrinos desistirem da festa. A polícia britânica mobilizou 6 mil oficiais que farão o patrulhamento da região durante todo o dia. Além disso, nos principais acessos à área dos desfiles foram erguidas barreiras de concreto e a maioria dos visitantes deve ser revistada antes de entrar.

As forças de segurança esperam, assim, evitar ataques terroristas como o de Barcelona e três ocorridos neste ano aqui em Londres, em que carros em alta velocidade atropelam pedestres. Mas outra grande preocupação por aqui é com uma recente onda de ataques com ácido. Só no ano passado, foram 455 casos – o dobro do ano anterior. Neste ano, em junho e julho, a cidade viu uma série de ataques realizados em geral por jovens em motocicletas que jogam ácido em suas vítimas aleatoriamente.

O policiamento no Carnaval pretende evitar novos crimes como esses e também outros delitos mais comuns, como brigas de gangue, esfaqueamentos e tráfico de drogas. Nas últimas semanas, a polícia realizou batidas na região norte de Kensington, a parte mais pobre da subprefeitura de Kensington e onde é realizado o Carnaval. Mais de 650 pessoas suspeitas de planejarem causar algum tipo de confusão durante a festa foram detidas. No domingo, quando ocorreram os desfiles de família, a polícia prendeu mais uma centena de suspeitos.

Ecos da tragédia na Torre Grenfell

Este ano, o Carnaval também será marcado pela tragédia ocorrida na Torre Grenfell, onde pelo menos 80 pessoas morreram no incêndio de junho. A torre fica no mesmo bairro e a poucos quarteirões do local dos desfiles. O espectro da torre, que agora não passa de um esqueleto carbonizado, não é diretamente visível a partir do circuito dos desfiles. Mas não há como ignorar que a tragédia ainda afeta a vida de quem vive e trabalha naquela região.

E o que os organizadores do Carnaval querem é justamente que a tragédia não seja ignorada. No domingo, na abertura das festividades, foi realizado um minuto de silêncio e os sobreviventes soltaram pombas brancas em solidariedade às vítimas. O público aplaudiu os bombeiros que trabalharam para conter o fogo no prédio. O mesmo ato deve ocorrer nesta segunda-feira antes dos desfiles.

O Carnaval de Notting Hill é uma festa organizada historicamente pela comunidade de origem caribenha que se instalou no bairro há mais de 50 anos. Muitos dos antigos organizadores moravam ou tinham familiares morando em Grenfell e os líderes comunitários acreditam que o Carnaval é uma demonstração da resiliência dos sobreviventes.

A situação dos sobreviventes

Há poucos dias foi revelado que, segundo a subprefeitura de Kensington e Chelsea, mais de 180 famílias que ficaram desabrigadas depois do incêndio continuam alojadas temporariamente em hotéis. Outras 35 foram colocadas em apartamentos alugados pela subprefeitura. Até agora, as vítimas receberam 42% dos 18 milhões de libras vindos de doações externas desde junho.

No entanto, o governo da primeira-ministra Theresa May e as autoridades locais continuam sendo fortemente criticados pela lentidão com que estão lidando com a tragédia, pela demora em se identificar os mortos e desaparecidos, e pelo fato de hoje se saber que 228 prédios em todo o país estão em condições de baixa segurança, assim como Grenfell estava antes do incêndio.

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