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Linha Direta

Madri recebe eventos LGBT históricos sob ameaça terrorista

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Madri é nesta semana a capital mundial do mundo LGBT, com três eventos simultâneos: as celebrações da World Pride, o maior encontro LGBT do mundo, realizado a cada cinco anos, a Europe Pride, versão europeia da manifestação, e a Parada do Orgulho Gay espanhola, marcada para sábado (1). A população de Madri deve dobrar, com a expectativa de 3 milhões de visitantes. O clima festivo é marcado, no entanto, pelo receio de atentados.

Semáforos da diversidade sexual foram lançados pela prefeitura de Madri durante a World Pride.
Semáforos da diversidade sexual foram lançados pela prefeitura de Madri durante a World Pride. Luisa Belchior
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Luisa Belchior, correspondente em Madri

Até o próximo domingo, a capital espanhola sedia exposições relacionadas com as questões de gênero, festas curiosas e um congresso sobre os direitos LGBT. O ponto alto da programação será a Parada Gay, no sábado (1), que deve bater o recorde mundial de participantes nesse evento específico.

A cidade está totalmente mobilizada para as celebrações. A partir de hoje, o tráfego de carros está interditado em várias ruas da zona central. Muitos estabelecimentos comerciais, prédios públicos e residenciais estão decorados com faixas nas cores do arco-íris da bandeira gay, dando as boas-vindas aos participantes.

O público esperado de mais de 3 milhões de pessoas deve duplicar o número de habitantes da cidade. Os benefícios econômicos devem triplicar e atingir algo em torno de € 300 milhões, segundo as previsões do governo local. Os eventos LGBT ainda coincidem com as celebrações pelos 40 anos da redemocratização da Espanha.

Tradicional corrida de salto anima a programação

A corrida de salto, uma tradição da festa do orgulho gay madrilenha, realizada há mais de 20 anos, integra a programação nesta quinta-feira. Simbolicamente, a corrida mostra as dificuldades que mulheres e transsexuais enfrentam na sociedade.

A prefeitura de Madri abraçou a causa com várias inciativas. Uma delas foi instalar em todos os semáforos da cidade animações de casais homossexuais nos alertas aos pedestres. Duas mulheres ou dois homens de mãos dadas mostram aos pedestres quando eles podem atravessar a rua.

A agenda de manifestações culturais é intensa. Além de mostras de cinema, o Museu do Prado, o principal da Espanha, e o Museu Thyssen, o terceiro maior de Madri, lançaram visitas especiais por obras que representam a homossexualidade em diversos períodos da arte. Diariamente, os visitantes podem assistir shows nos cinco palcos instalados em diferentes pontos da capital.

No sábado, a Parada do Orgulho Gay irá percorrer a Gran Via, a rua mais emblemática de Madri. Até o fim da semana, acontece a Conferência Internacional dos Direitos Humanos LGBT na universidade autônoma de Madri, que discute os direitos, avanços e também retrocessos que o coletivo enfrenta hoje no mundo inteiro.  

Avanços e retrocessos nos direitos LGBT

A Espanha foi um dos primeiros países na Europa a se manifestar pelos direitos dos homossexuais. Um marco nesse processo foi o ano de 1977, quando o país voltou a ter uma democracia depois de 36 anos de ditadura do general Francisco Franco. A Espanha também permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas, nos últimos anos, vem ficando para trás na comparação com os vizinhos europeus.

O ranking de direitos de homossexuais, bissexuais e transsexuais no bloco elaborado pela Ilga Europa, uma das principais organizações do coletivo no continente, coloca a Espanha ficou na nona posição neste ano. O país já havia alcançado o segundo posto do ranking, que hoje é liderado por Malta, Noruega e Reino Unido. Uma das principais razões da queda é que o governo ainda não aprovou uma lei contra a discriminação por orientação sexual, chamada de Lei da Igualdade.

Ameaça terrorista

Os serviços de inteligência espanhóis detectaram uma forte ameaça de ataque terrorista durante as celebrações. Na semana passada, a polícia prendeu três pessoas acusadas de já terem um plano pronto e armas para cometer atentados durante as festas do orgulho gay. Por isso, o governo mobilizou homens do Exército e há centenas de policiais armados com fuzis pelas ruas do centro da capital. A polícia também cercou todos os acessos à zona central e efetua controles em carros e motos.

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