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Linha Direta

Segurança rivaliza com Brexit em eleição legislativa no Reino Unido

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Depois de apenas sete semanas de uma campanha eleitoral conturbada, e ainda se recuperando do choque de dois ataques terroristas recentes, milhões de britânicos votam nesta quinta-feira (8) para eleger um novo Parlamento no Reino Unido. A segurança em muitos postos de votação foi reforçada.

Eleitores vão renovar os mandatos de 650 deputados do Parlamento britânico.
Eleitores vão renovar os mandatos de 650 deputados do Parlamento britânico. REUTERS/Hannah McKay
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Maria Luísa Cavalcanti, correspondente em Londres

Os britânicos vão eleger 650 deputados. A polícia reiterou os pedidos para que os eleitores se mantenham em alerta. O Partido Conservador, da primeira-ministra Theresa May, lidera as pesquisas de opinião com uma pequena margem de diferença sobre os trabalhistas. O resultado deve ser conhecido na sexta-feira (9).

Quando a primeira-ministra convocou estas eleições em abril, a maioria dos analistas políticos afirmou que a vitória dela era garantida e que o Brexit seria o principal tema da campanha. Mas os atentados em Manchester e em Londres ocorreram com uma diferença de apenas duas semanas e deixaram 30 mortos e mais de 150 feridos. Nos dois casos, os autores do ataque eram jovens muçulmanos nascidos ou criados na Europa. E nos dois casos, alguns deles já tinham sido denunciados para os serviços de inteligência. Tudo isso passou a fazer da segurança uma das questões que mais devem pesar na decisão dos eleitores ao depositar o voto na urna.

May anunciou que deve adotar medidas para conter o extremismo, como apressar os processos de deportação de suspeitos estrangeiros e aumentar o monitoramento das atividades online de certos suspeitos. O principal partido de oposição, o Trabalhista, insistiu nos últimos dias no fato de o governo ter feito vários cortes no orçamento e no contingente das forças de segurança. O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, lembrou que os conservadores anunciaram a demissão de 20 mil policiais ainda este ano e disse que é impossível manter o país seguro “sem colocar a mão no bolso”. O governo também foi bastante criticado porque alguns dos terroristas tinham sido denunciados, mas não estavam sendo monitorados de perto.

Política de austeridade afetou segurança

A primeira-ministra convocou estas eleições antecipadas dias depois de ter acionado o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, o primeiro passo para oficializar a saída do Reino Unido da União Europeia. A votação estava sendo vista como a “eleição do Brexit”. May, que se tornou primeira-ministra depois que David Cameron renunciou ao cargo, no ano passado, busca um mandado popular para ser a pessoa que vai conduzir o país nesse processo de saída. Durante toda a campanha, ela tentou mostrar que é a melhor candidata para fazer valer o resultado do referendo de junho passado e também a melhor para se sentar à mesa em Bruxelas e negociar os interesses britânicos nos termos do Brexit.

Os trabalhistas, que eram vistos como pouco confiáveis na questão do Brexit, optaram por trazer à tona outras questões que também afetam profundamente a vida dos britânicos. Corbyn concentrou seus discursos na atual crise do sistema público de saúde, o NHS, e criticou os cortes que o governo está fazendo na educação e no bem-estar social. A campanha dos trabalhistas tentou capitalizar no enorme apoio que Corbyn tem entre os jovens, prometendo a volta do ensino universitário gratuito e mais oportunidades de emprego. O resultado foi que os trabalhistas conseguiram se aproximar dos conservadores nas pesquisas de opinião, e Corbyn finalmente passou a ser mais respeitado como líder do partido.

Pequena vantagem para conservadores, dizem pesquisas

Os conservadores começaram a corrida eleitoral com uma margem média de 18 pontos percentuais à frente dos trabalhistas. Agora, segundo as pesquisas divulgadas na quarta-feira (7), essa diferença caiu para uma média de cinco a doze pontos percentuais. Isso ainda é suficiente para dar aos conservadores a maioria do Parlamento e eleger May como primeira-ministra. Mas muitos eleitores e analistas ainda enxergam as pesquisas de opinião com ceticismo depois da campanha eleitoral de 2015 e do referendo do Brexit em 2016.

As urnas fecham às 22h pelo horário local, 18h em Brasília. Logo em seguida devem ser divulgados os números da pesquisa de boca de urna, que costuma ser a mais fiel ao resultado final. A apuração dos votos deve seguir durante toda a noite e o resultado oficial deve ser conhecido nas primeiras horas da sexta-feira.

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