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Turquia

Erdogan exige que UE reabra negociações para adesão da Turquia

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, exigiu nesta terça-feira (2) que a União Europeia (UE) reabra as negociações de adesão de seu país ao bloco. A declaração foi feita durante um discurso no qual o chefe de Estado formalizou sua volta ao partido do governo, graças à recente reforma constitucional.

Recep Tayyip Erdogan aproveitou discurso que marcou sua volta ao AKP para exigir retomada das negociações de adesão da Turquia à União Europeia
Recep Tayyip Erdogan aproveitou discurso que marcou sua volta ao AKP para exigir retomada das negociações de adesão da Turquia à União Europeia REUTERS/Umit Bektas
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"Vocês não têm outra opção senão abrir os capítulos que não foram abertos", lançou Erdogan durante um discurso em Ancara. "Se abrirem, muito bem. Caso contrário, adeus!", ressaltou o presidente turco, em referência às diferentes etapas das discussões sobre a entrada da Turquia na UE. Desde o início oficial das conversas de adesão do país ao bloco europeu, em 2005, foram abertos 16 capítulos de 35. O mais recente, em junho de 2016, trata sobre questões financeiras e orçamentárias.

Mas as relações entre Ancara e Bruxelas se deterioraram nos últimos meses. As tensões, cada vez mais presentes desde o golpe de Estado frustrado em julho passado, aumentaram durante a campanha para o referendo destinado a reforçar os poderes de Erdogan. A situação só piorou após a proibição de comícios turcos em algumas cidades europeias.

Entretanto, a Turquia continua sendo um importante sócio da UE, em particular no que diz respeito à luta antiterrorista e à questão migratória. Ancara e Bruxelas concluíram no ano passado um acordo para reduzir drasticamente a passagem de migrantes clandestinos até a Grécia da costa da Turquia para o mar Egeu.

Fim da imparcialidade do presidente?

O presidente turco fez as declarações durante um discurso que marcou seu retorno ao Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), que ele ajudou a fundar em 2011, e que dominou a cena política turca nos últimos 15 anos, ganhando todas as eleições desde 2002. Erdogan deveria abandonar qualquer filiação política ao assumir o poder, mas com a recente reforma de 16 de abril, isso já não é mais necessário.

Esta reviravolta permitirá a Erdogan assumir, em um congresso extraordinário em 21 de maio, a direção do partido. "Volta ao ninho aquele que fundou o AKP", declarou o primeiro-ministro, Binali Yildrim. "Bem-vindo. Estamos honrados", acrescentou.

Os opositores de Erdogan criticam uma medida que põe fim à imparcialidade do presidente. Entretanto, ele alega que o fundador da República, Mustafa Kemal Atatürk, também era líder de seu partido enquanto dirigia o país.

(Com informações da AFP)

 

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