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Linha Direta

Escócia decide se fará novo referendo pela independência do Reino Unido

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O Parlamento da Escócia se reúne nesta terça-feira (28) para decidir se aprova a realização de um novo referendo pela independência do país do resto do Reino Unido. Enquanto isso, na Irlanda do Norte, os dois principais partidos ganharam mais um mês para tentar chegar a um acordo e definir quem assume a liderança do Parlamento local. A turbulência na situação política interna do Reino Unido culmina dias antes de o país declarar oficialmente a sua saída da União Europeia.

A chefe do Governo regional escocês, Nicola Sturgeon, deve encontrar a primeira-ministra britânica Theresa May que vai tentar evitar a votação sobre o referendo, ou adiar o processo para depois da conclusão das negociações de ruptura com a UE. Foto15/03/16
A chefe do Governo regional escocês, Nicola Sturgeon, deve encontrar a primeira-ministra britânica Theresa May que vai tentar evitar a votação sobre o referendo, ou adiar o processo para depois da conclusão das negociações de ruptura com a UE. Foto15/03/16 REUTERS/Russell Cheyne/File Photo
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Maria Luísa Cavalcanti, correspondente da RFI em Londres

A votação desta terça-feira em Edimburgo tem o objetivo de verificar se o Parlamento escocês apoia a proposta da primeira-ministra Nicola Sturgeon de repetir o referendo de 2014 e perguntar à população se ela quer ou não se separar do restante do Reino Unido. A premiê escocesa já vinha acenando a essa possibilidade desde junho do ano passado, quando os resultados do referendo sobre o Brexit mostraram que os escoceses apoiaram em massa a permanência do Reino Unido na União Europeia – com 62% dos votos a favor e 38% defendendo a saída do bloco.

Diante desse quadro, e do fato de que na consulta de dois anos atrás a Escócia se mostrou praticamente dividida em relação à sua independência, os líderes do país acreditam que têm o direito de pedir um novo referendo. Parlamentares dos partidos Conservador, Trabalhista e Liberal-Democrata já disseram que vão votar contra a realização do novo plebiscito. Mas o Partido Nacional Escocês (SNP) tem a maioria e conta com o apoio do Partido Verde. Se todos esses parlamentares comparecerem para votar nesta terça-feira, é muito provável que o referendo seja aprovado.

Etapas para a realização do referendo

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, precisa concordar com a realização do referendo e já deu a entender que não quer saber do assunto, pelo menos a curto prazo. A premiê britânica se reuniu na segunda-feira (27) em Glasgow com Nicola Sturgeon e, apesar de a conversa ter sido descrita como amistosa, May voltou a dizer que este não é o melhor momento para a realização de um referendo.

As duas líderes, no entanto, parecem ter chegado a um consenso sobre a possibilidade de a consulta pública ocorrer em 2018 ou 2019, depois que for concluído o processo de saída do Reino Unido da União Europeia. Até lá é impossível prever o que os escoceses devem escolher.

Uma pesquisa de opinião realizada no início de março indicou que 49% dos escoceses preferem que o referendo ocorra só depois de terminado o Brexit. Outras cinco sondagens separadas, realizadas de janeiro para cá, mostram que sem os indecisos, o resultado do referendo seria novamente praticamente empatado, com um ligeira vantagem dos votos contra a independência.

Momento turbulento na Irlanda do Norte

Na segunda-feira, os dois principais partidos da Irlanda do Norte perderam o prazo para chegarem a um acordo e definir os nomes do primeiro-ministro e do vice-primeiro-ministro. A confusão começou com as eleições realizadas no início de março, na qual o Partido Democrata Unionista foi o mais votado para o Parlamento com apenas um assento a mais do que seu rival, o Sinn Féin, de linha republicana.

A lei determina que os dois partidos precisam governar juntos, um apontando o primeiro-ministro e o outro, escolhendo o vice-primeiro-ministro. Mas os dois partidos fracassaram em encontrar esses nomes, culpando-se um ao outro. Assim, a responsabilidade pelas finanças da Irlanda do Norte recai sobre o Departamento de Finanças do Reino Unido. E é também o governo central, em Londres, quem vai decidir se convoca ou não novas eleições.

Por enquanto, Londres deu mais um mês para que os dois partidos tentem encontrar uma solução. De qualquer forma, trata-se de um momento delicado no Reino Unido, quando todas as atenções estão voltadas para a oficialização do Brexit e uma semana depois de um ataque terrorista que deixou cinco mortos e dezenas de feridos.

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