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Merkel paga o preço da política migratória, diz Libération

O jornal Libération destaca nesta segunda-feira (5) a derrota da chanceler alemã Angela Merkel para a extrema direita em seu reduto eleitoral, devido à sua política migratória.

O jornal Libération destaca a derrota eleitoral do seu partido
O jornal Libération destaca a derrota eleitoral do seu partido Reprodução RFI
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Nas eleições regionais em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, o partido Cristão-Democrata da chanceler teve seu pior resultado da história, com apenas 19% dos votos, atrás da Alternativa para a Alemanha, com 21%, e do Partido Social-Democrata, com 30,5%.

A publicação pergunta se a número 1 do governo alemão poderá manter a liderança após uma política migratória corajosa, mas muito criticada. No ano passado, Merkel abriu a porta para os refugiados, levando à chegada de mais de um milhão de solicitantes de asilo.

O Libération diz que a chanceler paga o preço da rejeição maciça a essa política migratória, que há um ano era aplaudida. "É uma advertência a alguns meses das eleições gerais", analisa o jornal.

Números inexatos

A polêmica sobre os refugiados e sua integração começa com os números. Mesmo o Ministério do Interior não sabe exatamente quantos candidatos a asilo entraram na Alemanha na grande onda do outono de 2015. A secretaria de imigração tenta ainda resolver o quebra-cabeça dos registros duplos e encontrar migrantes que entraram no país sem se registrar.

As críticas são reforçadas pela lentidão administrativa. Apenas 450 mil de 1 milhão e 100 mil pessoas receberam uma decisão final. A metade obteve o status de refugiados, 10% não podem ser repatriados por questões de saúde ou de segurança, e os 40% restantes devem ser expulsos.

Retorno voluntário

Até agora, cerca de 45 mil pessoas pediram o benefício do programa de ajuda ao retorno voluntário e, desde o início do ano, 35 mil foram expulsas.

Essa aproximação estatística, em um país acostumado a um respeito estrito aos procedimentos administrativos, seria suficiente para pôr fim à carreira de qualquer político. A chanceler apenas se manteve graças à extrema popularidade de que gozava há um ano.

Segundo o deputado Alexander Gauland, da Alternativa para a Alemanha, Merkel decidiu pela abertura indiscriminada aos refugiados sem consultar nenhum deputado do Parlamento, o que ele considera uma decisão ditatorial.

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