Brexit e terrorismo na França impulsionam turismo no Reino Unido

A venda de passagens de avião para o Reino Unido aumentou em 4,3% no primeiro mês após o voto dos britânicos para deixar a União Europeia. O principal aumento ocorreu nos países asiáticos, com um salto de 30,1% em Hong Kong. O impacto positivo do Brexit no turismo se deve principalmente à desvalorização da libra.

Consumidores movimentam as lojas da Bond Street, em Londres. REUTERS/Peter Nicholls/File Photo

Com a moeda britânica atingindo uma das taxas de câmbio mais favoráveis das últimas décadas, o país se tornou ainda mais atrativo. No Estados Unidos, a busca por passagens para a terra da rainha aumentou em 9,2%, e nos outros países europeus, 5%.

Nos dias seguintes depois de atingir seu pico na nata do plebiscito (23 de junho), a libra esterlina despencou 13% em relação ao dólar americano e 10% em relação ao euro.

Os dados são do instituto de pesquisas sobre viagens ForwardKeys, que verificou uma retração de 2,8% nas compras de passagens para o Reino Unido nos 28 dias que precederam o plebiscito do Brexit – demonstrando a apreensão dos consumidores. Assim que o resultado foi divulgado, a tendência se reverteu, com um disparo de 7,1%.

Medo do terrorismo nos vizinhos

Além da boa taxa de câmbio, a instabilidade de vizinhos como França e Bélgica favorecem o Reino Unido como destino turístico. O medo do terrorismo após os ataques a Paris e Bruxelas, segundo analistas, fez uma parte dos viajantes repensar seu roteiro. A taxa de ocupação dos hotéis da região de Paris despencou de 77% em julho de 2015 para apenas 32% no mesmo mês deste ano, segundo números do próprio governo francês.

O Brexit e a consequente desvalorização dos pounds, no entanto, foi apenas mais em um empurrão em um processo maior: o turismo já vinha em alta de 6% nos primeiros três meses de 2016 em relação a 2015, ano que bateu o recorde histórico de visitantes no Reino Unido.