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Terrorismo

Para polícia, ataque a facadas em Londres não foi terrorista

A polícia britânica parece ter descartado nesta quinta-feira (4) a hipótese de que um ataque com faca ocorrido na noite de quarta-feira (3), no centro de Londres, tenha tido motivações terroristas. A pista de que o agressor tenha distúrbios psicológicos é privilegiada. Nesta manhã, em um contexto de tensão pelos recentes atentados extremistas na Europa, a capital londrina acordou sob o temor de que a cidade tivesse sido o próximo alvo dos jihadistas.

Policiais armados circulam nas ruas de Londres, uma medida inédita.
Policiais armados circulam nas ruas de Londres, uma medida inédita. REUTERS/Neil Hall
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Um jovem de 19 anos, um norueguês de origem somali, matou uma americana de 64 anos e feriu outras cinco pessoas na Russell Square, perto do famoso Museu Britânico. O agressor foi preso pouco depois do ataque que, segundo a polícia, ocorreu de "maneira espontânea" e as vítimas foram escolhidas de forma "aleatória".

O suspeito foi preso com a ajuda de um taser (pistola de descarga elétrica), por volta das 22h40 (18h40 de Brasília), depois de atingir seis pessoas. Os feridos são de nacionalidade australiana, americana, israelense e britânica. Um deles, atingido no estômago, permanece internado.

"Até agora, não foram encontradas provas de radicalização ou nada que sugira que o homem que temos sob custódia estivesse motivado pelo terrorismo", afirmou o chefe-adjunto da Scotland Yard, Mark Rowley. "Todo o trabalho que fizemos até agora mostra que este trágico incidente foi provocado por distúrbios mentais", ressaltou o oficial, baseado no interrogatório do suspeito e de sua família e em outros avanços das investigações.

Uma porta-voz da polícia norueguesa disse à AFP que o suposto autor do ataque “deixou a Noruega em 2002", quando tinha cinco anos.

"Esse ataque vai provocar ansiedade", admitiu Rowley, salientando que, como precaução, as patrulhas policiais nas ruas de Londres foram aumentadas nesta quinta-feira. A morte ocorre poucos dias depois de o chefe da polícia de Londres, Bernard Hogan-Howe, alertar sobre a possibilidade de um atentado no Reino Unido. “Sendo o encarregado de evitar um ataque, sei que gostariam que eu os tranquilizasse, mas temo não poder fazer isso completamente", havia declarado.

Prefeito pede calma

Desde agosto de 2014, o nível de alerta no Reino Unido está no nível “grave”, o segundo mais alto, o que significa que um ataque é "altamente provável". Para evitar novos atentados, a polícia de Londres havia anunciado na quarta-feira, antes do ataque, a mobilização de 600 policiais adicionais para garantir a segurança de locais de risco potencial, como centros comerciais, estádios e ruas movimentadas.

Uma medida inédita anunciada depois dos atentados de Paris, o aumento do uso de armas pelos policiais, tinha acabado de entrar em prática. Até então, 90% dos agentes londrinos circulavam apenas com cassetetes e outras armas não-letais, à exceção dos que garantiam a proteção de lugares de como aeroportos, grandes estações de trens e de metrô. Nesta quinta-feira, a mudança de hábitos já era visível nas ruas, com bem mais policiais com a arma em punho em circulação.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, antecipou nesta quinta-feira o retorno das férias para prestar apoio aos londrinos. Ele pediu aos cidadãos que permaneçam "tranquilos e alertas". "Por favor, avisem a polícia sobre qualquer ato suspeito", disse o prefeito, em um comunicado.

O último ataque com motivação terrorista em Londres foi em maio de 2013, quando dois homens mataram um soldado de 25 anos a facadas. Antes deste episódio, a cidade foi alvo de um grave atentado coordenado ao metrô e um ônibus, em 2005, que deixou 56 mortos e 700 feridos. Duas das explosões ocorreram justamente nas proximidades da Russell Square. Na época, o ataque foi reivindicado pela rede terrorista Al Qaeda.

Com informações da AFP
 

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