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Terrorismo/UE

Ataques islamitas na Alemanha fragilizam governo Merkel

Os dois atentados islamitas ocorridos na Alemanha nos últimos dias fragilizam a chanceler Angela Merkel, segundo análises publicadas nesta terça-feira (26) na imprensa francesa. Para o jornal conservador Le Figaro, Merkel está sendo obrigada a adotar uma posição mais defensiva diante das críticas de opositores à política de asilo do governo.

A chanceler alemã, Angela Merkel.
A chanceler alemã, Angela Merkel. REUTERS/Max Rossi
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O recrudescimento das ações terroristas provoca questionamentos na oposição alemã, principalmente de representantes do partido anti-imigração de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que culpam a chanceler pela entrada de milhares de refugiados no país.

O solicitante de asilo sírio de 27 anos que detonou no domingo os explosivos que carregava perto de um festival de música ao ar livre em Ansbach (sul), deixando 15 feridos, havia jurado lealdade ao grupo Estado Islâmico (EI). As provas foram encontradas em um vídeo gravado em seu telefone celular. O sírio anunciou explicitamente que agia em nome de Alá e que havia jurado lealdade a Abu Bakr al Bagdadi, chefe do EI. Segundo autoridades da Baviera, além disso, ele advertiu expressamente "para uma vingança contra os alemães que atravessarem o caminho do Islã".

A explosão do homem-bomba em Ansbach foi o segundo atentado reivindicado pelos extremistas em uma semana. No dia 18 de julho, um solicitante de asilo afegão, mas provavelmente paquistanês, segundo a polícia, feriu com um machado cinco pessoas que viajavam em um trem regional em Wurtzburg. O rapaz de 17 anos também reivindicou o ataque em nome do EI.

Baviera católica é reduto simbólico para islamitas

A Baviera, onde os dois ataques aconteceram, não é um alvo escolhido ao acaso. Trata-se da segunda região mais populosa da Alemanha, uma das mais ricas e conservadoras do país e ainda por cima de maioria católica, lembra o Figaro. A posição geográfica, no sul do país, fez com que se tornasse a principal porta de entrada dos refugiados no território alemão.

De acordo com o jornal francês, a estratégia de Merkel após os ataques foi de se distanciar da mídia, deixando que outros membros do governo falassem por ela. Fiel a seu estilo, ela não quis alimentar um tom de desconfiança na população, nem fazer declarações alarmistas repetitivas, observa o Figaro. Merkel combate as críticas dos opositores com uma visão de longo prazo, não discriminatória em relação aos refugiados, porém firme no quesito da segurança.

Já o diário econômico Les Echos afirma que os alemães ficaram traumatizados com a série de ataques violentos em apenas oito dias. A maioria da população distingue que dois incidentes não têm nada a ver com o terrorismo jihadista, mas outros dois levam a assinatura do grupo Estado Islâmico. Essa vulnerabilidade, que até agora só estava associada à França e à Bélgica, deixa o governo alemão em situação delicada. Porém, não deve mudar o apoio de Berlim à coalizão internacional no Iraque e na Síria.

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